terça-feira, 24 de novembro de 2015

Exposição de Herodes no Museu de Israel

 Sala de Recepção de Herodes o Grande
Salão de Exposições Temporárias no Museu de Israel em Jerusalém
Altar de Sacrifícios Original Achado em Tel Beersheva, a Cidade Bíblica de Berseba
Coleção de moedas antigas no Museu de Israel
Sarcófago Cananeu no Museu de Israel
Museu do Livro em Jerusalém no Museu de Israel
Exposição da Maquete de Jerusalém no Museu de Israel
Exposição da Maquete de Jerusalém no Museu de Israel
Exposição da Maquete de Jerusalém no Museu de Israel
Coleção de moedas antigas no Museu de Israel
Carruagem antiga no Museu de Israel
Coleção de moedas antigas no Museu de Israel
Exposição da Maquete de Jerusalém no Museu de Israel
Coleção de moedas antigas no Museu de Israel
Exposição da Maquete de Jerusalém no Museu de Israel
Coleção de moedas antigas no Museu de Israel
Coleção de moedas antigas no Museu de Israel
Exposição de moedas antigas no Museu de Israel
O Museu de Israel abriu ao público uma das mais importantes exposições de arqueologia em que se revela mais detalhes sobre a vida e a morte de Herodes o Grande. A exposição conta com peças que foram retiradas das explorações arqueológicas que foram realizadas no Herodium, uma grande fortaleza e mausoléu construído pelo então Rei da Judeia, Herodes o Grande.
Herodes que foi conhecido tanto pelo Novo Testamento quanto pelos relatos de Flávio Josefo como um rei da Judeia, na realidade de origem da Idumeia, poderá ser visto na exposição com faces múltiplas. Na exposição os visitantes os visitantes podem ver peças raras que até então não haviam sido expostas ao público, decorações de seu túmulo, colunas de seu palácio e muito mais.
A exposição sobre Herodes o Grande deverá ficar aberta no Museu de Israel por apenas nove meses, por isso, para os que podem, marquem uma visita o quanto antes.
O Museu de Israel é sem dúvida alguma a maior e mais atrativa instituição cultura do país, considerado como um dos museus mais importantes do mundo em artes e arqueologia. Esta instituição foi fundada no ano de 1965 e hoje é composto de diversos setores como o de Arte Betzalel, a de arqueologia Bronfman e de Judaísmo e Etnia Judaica, bem como o setor Ruth especialmente voltado para os jovens.
O museu conta também com o maior acervo do mundo de objetos arqueológicos bíblicos e da Terra Santa como por exemplo os famosos Manuscritos do Mar Morto. Em apenas 40 anos de história o museu conseguiu colecionar um acervo de mais de 500.000 objetos graças ao apoio de diversas instituições internacionais nesta área. Entre as obras mais raras e de maior valor no museu estão os rolos dos manuscritos do Mar Morto, os mais antigos do mundo antigo que datam do de desde o século II A.C até o final do primeiro século. Os manuscritos contém partes da Biblia Hebraica e além disso outros manuscritos considerados apócrifos. O Santuário do Livro, ou como é conhecido em português Museu do Livro é o lugar onde são abrigados os Manuscritos do Mar Morto, além de ser um centro de informação e estudos sobre o assunto.
Uma das mais recentes aquisições e acréscimos no Museu de Israel é uma grande maquete de Jerusalém do período do Segundo Templo. O modelo reconstitui uma reprodução da topografia e das carecterísticas arquitetônicas da Cidade Santa no período do Segundo Templo até o período em que foi destruída no ano de 66 da ERA CRISTÃ. A maquete que foi exposta originalmente no antigo hotel Holy Land agora faz parte integral e permanente do Campus do Museus de Israel não muito longe do Museu do Livro.
O Jardim de Esculturas de Arte Billy Rose é considerado um doa mais belos e foi desenhado pelo escultor Americo-Japonês Isamu Noguchi espondo uma síntese de diferentes culturas como a do Oriente Médio, do Extremo Oriente, do Ocidente bem como a Européia e Americana. A coleção é exibida em um jardim que inclui grande obras de escultores como Menashe Kadishman, Henry Moore, Claes Oldenburg, Pablo Picasso, Auguste Rodin y James Turrell. O Setor Ruth que é dirigido para jovens e crianças é único em suas proporções e oferece a cada ano aplos programas de ensino para mais de 100.000 estudantes de escolas de todo o território de Israel e contém um espaço aberto de galerias, salas de estudos, bibliotecas, salas de leituras, livros ilustrados infantis, locais para reciclagem de materiais e arquivos para coleções.
Um característica interessante para o setor Ruth é uma exibição programada para toda a família que combina obras de artes de diversos períodos da história de objetos que são extraídos de diversas coleções do museu, obras de israelenses e artitas internacionais bem como terminais de atividades interativas e de pesquisas.
A cúpula do Santuário do Livro tem o formato da tampa do vaso onde os pergaminhos foram encontrados. Um túnel, com diversos objetos arqueológicos ao longo do caminho, da acesso ao interior da cúpula. Na sala principal que é redonda há uma reprodução contínua dos pergaminhos a sua volta e na parte central da sala estão normalmente os originais. Ao redor da sala, alguns pedaços dos pergaminhos originais ficam expostos em painéis com luminosidade e umidade controladas. Estes pedaços são periodicamente trocados por outros afim de preservar estes documentos tão frágeis.


Os Pergaminhos do Mar Morto foram escritos por volta do século II A.C. segundo os testes relizados com a técnica de Carbono 14. Acreditava-se que eles poderiam estar referindo-se também a Jesus e seus apóstolos, mas os estudiosos dos pergaminhos concluiram que não após anos de minuciosos estudos por centenas de especialistas. Os pergaminhos estão escritos em hebraico, na sua maioria, mas também há trechos em aramaico e grego.
Além dos Pergaminhos do Mar Morto, outros importantes documentos ficam expostos no interior da cúpula. O Código de Alepo é o mais antigo manuscrito hebraico compreendendo o texto completo da bíblia. Escrito na Palestina no início do século X, o documento foi mais tarde transferido para o Egito e, posteriormente, para Alepo, na Síria, onde a comunidade judaica local guardou o documento com zelo por mais de seiscentos anos. O Código de Alepo foi provavelmente o manuscrito usado por Maimônides quando ele estabeleceu as regras de escrita da Torah.
Vale apena visitar o jardim das esculturas, com obras de importantes artistas como Picasso e esculturas magníficas como a escultura da Ahava (amor) e em especial a exposição de arqueologia, que conta com alguns dos objetos mais importantes achados nos extensos trabalhos arqueológicos realizados por todo o país, objetos de vários períodos históricos inclusive biblicos.
Uma interessante exposião é a exposição judaica que conta com uma grande coleção de objetos judaicos provenientes de todo o mundo: kearot de Pessach(pratos de páscoa), capas para os rolos da Torah, yad(mão) para Torah, Meguilot Esther(livros de Ester), estes objetos variavam muito de um lugar para outro e de fase da historia para outra mas preservaram a sua identidade atráves do tempo e das regiões no mundo. Além de objetos judaicos e hebraicos, o museu reconstruiu duas sinagogas em sua área. Antes das sinagogas serem demolidas, uma na India e outra na Italia, o Museu Israel desmontou as sinagogas e as trouxe a para serem remontadas noa área do museu.
A limpressionante exposição de artes inclui um riquíssimo acervo, com quadros de Rembrandt, Pissaro, Picasso, Bouguereau, Renuar e outros. Muitas obras de arte podem ser vistas no web site do Museu de Israel.
Infelizmente a exposição de Herodes no Museu de Israel não pode ser fotografada por questões de direitos autorais. Somente duas fotos da exposição podem ser vistas aqui nesta matéria, a primeira é uma reprodução da Sala de Recepção de Herodes o Grande no Herodium, e a Segunda é a Entrada para a Exposição no Salão de Exposições Temporárias no Museu de Israel em Jerusalém.



7 incríveis fatos sobre o Coliseu Romano que você precisa conhecer.


Capa
O Coliseu Romano, era na antiguidade, uma das maiores obras de engenharia. Triunfo da excepcional capacidade inventiva e arquitetônica dos romanos. Podia ser visto a centenas de quilômetros e se erguia como um verdadeiro colosso, chamando atenção para o poderio da cidade de Roma. E para os condenados, que ali chegavam simbolizava o começo do fim.
Localizado próximo ao Fórum Romano, o Coliseu é na realidade um gigantesco anfiteatro, comissionado pelo imperador Vespasiano por volta do ano 70 DC, que pertencia à dinastia Flávia. A poderosa e megalítica estrutura foi criada como um presente ao povo romano, que em épocas passadas haviam sofrido perdas e reveses indescritíveis nas mãos de Nero. Daí o fato do Coliseu ser chamado oficialmente de Anfiteatro Flávio. Sua construção foi impressionante e originou métodos novos e cálculos matemáticos extremamente avançados até para a época, bem como estudos de solo que ainda hoje impressionam pela acurácia. Foi inaugurado cerca de 9 anos depois, com os famosos 100 dias de jogos, que envolviam combates entre gladiadores e feras selvagens.
Caiu em desuso naturalmente após 4 séculos. A magnífica arena resistiu a inúmeros terremotos ao longo das eras, mas parte de sua estrutura foi perdida, assim como parte dos seus materiais, inclusive o maravilhoso mármore travertino, foi usado como fonte para outras obras consideradas mais importantes.
Alguns fatos históricos chamam muita atenção na vida deste gigantesco ícone da Roma Antiga:

7 incríveis fatos sobre o Coliseu Romano

 

1. O local onde hoje se encontra o Coliseu, era um vale e originalmente ficava a cerca de 15 metros abaixo do nível atual.

O sítio original onde o Coliseu foi criado, chamado vale do Coliseu, era na realidade uma região completamente inóspita, cercada por morros dentre eles o Palatino, o Celio, o Velia, que desapareceu e outros. Nos tempos anteriores à sua construção, o nível do chão se encontrava a impressionantes 15 metros abaixo. Chuva e água enchiam estas depressões e formavam neste vale, dependendo da estação do ano, um grande lago ou um pântano completamente inabitável. Estas águas por épocas inundavam tudo ao redor e se espalhavam pela cidade. Seu volume imenso era drenado naturalmente para o rio Tibre.
Tempos mais tarde, a área ganhou popularidade. Mais uma vez o espírito empreendedor romano veio à tona. Drenagens foram realizada e a construção de gigantescas residências foi iniciada. Por volta de 64 DC, com o impiedoso incêndio que tomou conta de Roma, o imperador Nero, usou esta área para uma de suas mais extravagantes obras, a criação da Domus Aurea, aquela que seria sua residência, seu palácio. Muitos cidadãos romanos, pobres, ricos, senadores e influentes foram impiedosamente desapropriados para a construção. Conta-se que a Domus Aurea continha tantos prédios e construções, que nem Nero conseguiu em vida conhecê-los todos.
A extravagante Domus Aurea
 
Na depressão do vale, onde se formava o lago com as chuvas, Nero fez construir um lago artificial, extravagante e ornado com um pórtico e colunas. O antigo lago se tornou um gigantesco parque particular, cercado de mansões luxuosas, animais, fontes belíssimas e extravagâncias de toda sorte.
Com a morte de Nero, Roma entrou em colapso político, fome e revolta. Algo precisava ser feito. Vespasiano, num ato de coragem e manobra política impressionante, ganhou a simpatia dos romanos devolvendo à cidade a área que a ela pertencera outrora. Desta forma por cima do suntuoso palácio de Nero, iniciou a construção do Anfiteatro que levaria o nome de sua dinastia – Anfiteatro Flávio. É importante saber, que a obra-prima que é o Coliseu, não existiria caso algum visionário romano não houvesse visto um futuro naquela região tão infeliz e inóspita que era o vale do coliseu.

2. O nome Coliseu tem relação com o Imperador Nero.

 Lawrence Alma-Tadema (1877).
Esculpindo o Colosso de Nero.
Lawrence Alma-Tadema (1877).
http://clicks.robertgenn.com/off-game.php
Segundo as fontes da época, no monte Velia, hoje inexistente, que ficava entre o monte Esquilino e o monte Palatino, numa área ocupada pelo templo de Vênus e Roma ficava o suntuoso vestíbulo para a entrada do palácio de Nero.  Nesta entrada de seu suntuoso complexo, ou vestíbulo, Nero erigiu uma gigantesca estátua  de si próprio de bronze, que era metal importantíssimo na época, de cerca de 37 metros de altura, o famoso Colosso de Nero – Colossus Neronis. Nome que originaria futuramente o nome Coliseu. Uma ironia política, uma vez que o Coliseu haveria de ser criado para que se esquecesse a memória do tirano Nero. E esta estátua, segundo fontes históricas dão a entender, permaneceu nas proximidades do Coliseu por muito tempo, tendo seu rosto alterado diversas vezes para homenagear outros nomes além do tirano Nero.
A gigantesca monstruosidade foi criada nos moldes do famoso Colosso de Rhodes.

3. Foi necessária a criação de uma via especial para sua construção.

O Coliseu e seu interior.
O Coliseu e seu interior.
Os números da espetacular obra de engenharia conhecida como Colloseo falam por si só. O Anfiteatro tem nada menos que 188 metros em seu maior eixo por 155 metros em seu menor. As paredes do anel externo se erguem a mais  de 52 metros acima do solo. Mais de 100.000 metros cúbicos de mármore travertino foram utilizados na sua construção, sendo 45000 apenas na área externa.
Contam dados antigos que a quantidade de trabalhadores era tão grande que não era possível que ficassem todos dentro do espaço de construção ao mesmo tempo. Tal fato obrigou a criação de uma estrada gigantesca com cerca de 6 metros de largura e mais de 20 quilômetros, para permitir que todos se locomovessem e os materiais fossem trazidos ao local de construção. Os blocos de mármore ficavam presos um a um por presilhas de ferro e se estima que foram usados mais de 300 toneladas de ferro.
Você pode saber mais sobre o Coliseu em um roteiro por Roma de 4 dias aqui neste post.

4. A aparência final do Coliseu Romano, é pouco lembrada hoje em dia.

Quando se pensa em Coliseu, a lembrança é das ruínas de uma icônica obra de arquitetura, em meio a uma praça por onde circulam milhões de turistas diariamente, como a mostrada abaixo. Porém, deve-se lembrar que o Coliseu foi construído no mais fino material da época, o mesmo que foi usado em inúmeras estátuas famosas pela cidade de Roma, e anos mais tarde, utilizado em outras edificações como igrejas e Basílicas, que foi o mármore travertino. Desta forma, deve-se ter em mente que além de ser uma obra de grande porte, o Anfiteatro Flávio era igualmente uma obra de enorme e grandiosa beleza.
Coliseu Hoje Roma - Itália
Coliseu Hoje
Roma – Itália Crédito: R.A. Stacciolli – Inside Imperial Rome
Esta é a imagem icônica em nossa mente. Uma poderosa obra de engenharia e deleite para turistas do mundo inteiro.
O Coliseu na antiguidade. Roma - Itália
O Coliseu na antiguidade.
Roma – Itália Crédito: R.A. Stacciolli – Inside Imperial Rome
Esta é a visão que se tinha do magnífico Coliseu à época de sua construção e de seu apogeu. As duas imagens se sobrepõem, nos dando uma ideia da grandiosidade da construção. Dados técnicos da época mostram que o Coliseu permitia a entrada fácil de mais de 50 mil espectadores, divididos por áreas específicas, conforme seu bilhete de entrada, por suas mais de 80 entradas em forma de arco. Obra nenhuma na atualidade é capaz de igualar tal feito. Os corredores foram projetados para que a multidão se locomovesse de forma rápida e disciplinada.

5. Na Roma moderna, um dos montes que formam a cidade foi completamente destruído em favor do Coliseu.

Monte Velio destruído
A destruição da região do Monte Velia para a construção da via dei Imperio, por Mussolini. Fonte: http://www.the-colosseum.net/architecture/velia.htm
Roma é classicamente descrita como a cidade dos sete morros. Na antiguidade, ela foi erigida por sobre morros de diferentes tamanhos, cujos nomes ainda perduram até hoje. Um dos primeiros documentos que lista estes montes, data da época de Constantino, que cita os seguintes nomes: Celio, Aventino, Palatino, Capitolio, Esquilino, Quirinale e Viminale. Em escritos anteriores, uma região, conhecida como Velia ou monte Velio, que é um prolongamento do Palatino em direção ao monte Esquilino é também reconhecida.
É difícil acreditar, entretanto, que com o decorrer das eras um destes montes foi literalmente destruído para dar origem a uma imensa avenida, que passou a cortar um dos maiores tesouros da humanidade, o Fórum Imperial Romano em direção ao Coliseu.
Isto aconteceu por volta de 1930, por ordem de Benito Mussolini. O monte Velio sempre foi, na Roma antiga aquele que dava um aspecto de Sagrado ao local. Em sua região foram erigidos templos importantes e relacionados com as vitórias do povo romano, como por exemplo o templo de Júpiter. Ele foi literalmente riscado de sua existência, tendo sido aplanado até seu completo desaparecimento, de forma que hoje mal se tem lembrança de que houvera um morro ali.
Tal fato não é novo na história Romana. Para a construção do Mercado de Trajano, Apolodoro de Damasco, o inigualável arquiteto que acompanhava Trajano em suas campanhas, escavou e destruiu parte do monte Quirinale, fazendo sua obra gigantesca dentro das região escavada do monte.
A foto acima, reflete o início da obra pelos anos 30, demonstrando parte do morro já sendo destruída. Na foto abaixo, a construção final com as tropas de Mussolini andando por ela com o Coliseu ao fundo.
Parada fascista nos anos 30 na Via dei Fori Imperiali.
 
Via dei Foro Imperiali
 

6. Os Romanos criaram uma forma extremamente engenhosa de reduzir o calor e da chuva dentro do anfiteatro.


O sistema de velas - Velarium do Coliseu.
O sistema de velas – Velarium do Coliseu. Fonte: www.rome4all.com
A temperatura dentro do anfiteatro poderia chegar a extremos nos meses quentes do ano, de forma que o risco de morte ou asfixia ou mesmo hipertermia poderia ser muito acentuado. Durante as épocas chuvosas o espetáculo não poderia continuar. Desta forma alguma medida deveria ser tomada para proteger os espectadores e para que o Coliseu não parasse.
Foi criado o engenhoso Velarium, que como o próprio nome sugere, vem de velas de navio. Um destacamento de navegadores foi trazido do Golfo de Napoles para operar o imenso mecanismo que fechava o Coliseu, deixando-o completamente coberto. Um sistema de polias era o responsável pela engenhosa estrutura que direcionava o vento para as pessoas que ali estavam, amenizando o calor. Na foto acima pode-se ver o Velarium fechado. na foto do item 4, também pode-se ter uma ideia do Velarium.

7. Durante muito tempo, o Coliseu foi envolto em mitos e não se sabia para que ele servia.

Uma panorâmica do coliseu romano.
Uma panorâmica do coliseu romano.
Na idade Média, mais precisamente por volta do século VII, as fontes históricas começaram a associar o termo Colysaeus ao Anfiteatro Flavio. Tal fato pode parecer estranho, uma vez que o coliseu hoje é mundialmente famoso e séculos e séculos de história já foram contadas e recontadas. Outrora, nos primórdios da Idade Média, o acesso à informação era muito seletivo e sua divulgação sofria censuras e distorções impressionantes.
Por estas épocas se começou  a falar o nome Coliseu, em referência ao Colossus Neronis, a qual permanecia nas proximidades. Isto passa a ideia de que a função primordial do monumental anfiteatro há muito havia sido perdida e havia sido substituída por uma aura de mistério e lendas. Os cidadãos pareciam haver esquecido para que aquela monumental obra fora construída.  Algumas fontes medievais, falam dele como o Templo do Sol, um lugar de adoração. Outros, como por exemplo o historiador cristão Tertuliano, descreve o lugar com grande indignação e pavor, citando-o como um templo dedicado à adoração de todos os demônios. É interessante perceber como a memoria transforma os fatos ao longo das eras.
Só muitos anos mais tarde, com os estudos dos primeiros humanistas como Poggio Bracciolini é que o Coliseu foi novamente associado ao Anfiteatro Flavio relacionado às fontes antigas.
À espera da Via Crucis no Coliseu, em Roma, com o Papa Francisco.
À espera da Via Crucis no Coliseu, em Roma, com o Papa Francisco. Fonte: www.sacbee.com
Interessante notar ainda é o fato de que após a mudança da liderança papal para o Vaticano, o Coliseu passou paradoxalmente a ocupar mais espaço na mente da população, por ser uma obra gigantesca e afastada do centro da cidade e carregada de fatos históricos importantes. Se tornou tão importante e tão venerada que se tornou o símbolo da urbs Aeterna, o que mais uma vez distorceu seu significado, chegando a ser proclamado como o símbolo do TRIUNFO DO CRISTIANISMO sobre seus perseguidores. De fato, com o passar dos séculos o monumento ganhou cada vez mais associações com o cristianismo e com os martírios dos primeiros cristãos, que haviam sido enviados para a morte em sua arena. Esta ideia foi tornada oficial através de um decreto papa datado de 1675. Em 1720, uma das estações da Via Crucis foi estabelecida no Coliseu.
A famosa frase citada no início deste nosso artigo, retrata o espírito desta época e demonstra a veneração que se tinha ao Coliseu como elemento de vitória e triunfo.
Em posts posteriores traremos mais fatos curiosos do Coliseu, com relação aos jogos ali realizados e com relação ao Cristianismo e seus mártires no Coliseu.
Até a próxima!
 

A impressionante Insula de Aracoeli em Roma, Itália.




Na arquitetura Romana é possível se distinguir facilmente a que classe social determinada construção se destina. Encontramos as gigantescas mansões, chamadas de Domus, como por exemplo a Domus Aurea de Nero, a sua suntuosa mansão-palácio, que você pode conhecer mais aqui neste post. E por outro lado, as precárias e paupérrimas Insulae, ou Ilhas, que são nada mais que conjuntos de apartamentos ou casas destinado ao proletariado e aos mais pobres.
Vamos conhecer a história impressionante destas habitações e sua relação com a Roma Antiga.

A impressionante Ínsula de Aracoeli em Roma, Itália.


http://i1.wp.com/www.sovraintendenzaroma.it/var/sovrintendenza/storage/images/i_luoghi/roma_antica/monumenti/insula_dell_ara_coeli/36853-3-ita-IT/insula_dell_ara_coeli_large.jpg?resize=540%2C280
Insula Romana Fonte: http://www.sovraintendenzaroma.it
A domus era uma residência, criada para  cidadãos mais abastados, que podiam pagar por uma habitação mais confortável.  Em geral gozavam de amenidades típica dos mais abastados como um atrium e piscinas.
A insula era uma habitação para a coletividade, um edifício frágil e muito menos resistente e por conseguinte, menos seguro. Esta servia de abrigo à massa romana.Como eram construções muito simples, compreende-se que seus materiais nunca seriam de boa qualidade. Inicialmente eram feitas de madeira, mas logo após incêndios devastadores, foram obrigadas a serem construídas com pedra. Porém, estas pedras, tijolos e madeira, nunca seriam iguais aos utilizados em outras construções romanas ou edifícios mais nobres. Daí o fato de durante os incêndios, grande parte da população não tinha como escapar.

Habitações Coletivas.


Insula Romana Fonte:http://www.sovraintendenzaroma.it
Insulae (ilha) eram habitações coletivas, escuras e pequenas para os cidadãos menos abastados. Possuíam teto abobadado e podiam ter vários andares, podendo chegar até 7 ou 8 sendo os precursores dos edifícios. Resolviam o problema de falta de espaço em Roma, uma vez que boa parte da população vivia nos morros.
E eram divididas por várias famílias que alugavam geralmente de um único proprietário. Não eram muito limpas já que não tinham banheiro e a água vinha de poço. Quem morava nos andares mais altos sofria mais que os privilegiados moradores do térreo.
Construídas inicialmente com madeira e adobe material pouco resistente, eram frequentemente alvos de deslizamentos e incêndios, depois começaram a ser construídas de tijolos. Como não tinham proteção nas janelas, nos invernos rigorosos o frio obrigava os moradores a se aquecerem com braseiro caseiro, aumentando ainda mais o risco de incêndios. Os moradores dos andares superiores pagavam menos pois as chances de sobreviver a uma catástrofe eram muito menores.
Ironicamente, hoje em dia os andares mais altos das edificações são os mais caros.
As condições precárias da vida nas insulas no século I d.C. foi retratada pelos escritores satíricos Marcial e Juvenal. Este último escreveu que tinha que subir 200 degraus para chegar a sua mansarda e que “nem os ratos queriam viver nas insulas”.

A Insula de Aracoeli.



Insula de Aracoeli, próximo ao Monumento a Vitorio Emanuelli.
Insula de Aracoeli, próximo ao Monumento a Vitorio Emanuelli. Fonte: http://www.sovraintendenzaroma.it
Os únicos exemplares de insula em Roma são estes da Piazza Venezia ao lado da Scalinata dell’Aracoeli e é conhecida como Insula dell’Ara Coeli. Curiosamente, por volta dos anos 30, Roma passou por uma gigantesca transformação que modificou toda a área em volta do Capitólio, que você pode conhecer neste post, e obrigou a remodelação de muitas áreas e de monumentos importantes. Você pode ler sobre estas mudanças aqui e conhecer sua relação com o Coliseu Romano.
Esta construção em nada fugia ao padrão das insulas romanas. Consistia em um prédio de cerca de 5 andares, que ainda se encontra preservada. No andar térreo são visíveis tabernas. Já no andar superior, o mezanino era provavelmente para o dono desta taberna. Os andares superiores estão algo preservados e a visita à insula é bastante interessante, uma vez que pode-se admirar o contraste entre as construções romanas.
A Insula d’Aracoeli se encontra aos pés do Monumento a Vitorio Emanuele, que você pode conhecer um pouco aqui neste post.  A construção data do século 2 DC e se encaixa nas paredes do Capitólio Romano.
Insula Romana de Aracoeli
 

 
 

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