sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Jerusalém e Babilônia

     
JerusalemTodo o caminho através das Escrituras Babilônia sempre significa Babilônia e Jerusalém sempre significa Jerusalém. Enquanto as Escrituras normalmente relaciona Jerusalém com o povo de Deus,  relaciona Babilônia com o mundo. Os detalhes de Apocalipse  17-18 assemelha-se pouco com a Jerusalém do primeiro século Por exemplo, Jerusalém não se sentava sobre muitas águas (17:15), ou mesmo reinava sobre os reis da terra, e nem ainda assemelhava-se a uma potência econômica (18).
Além disso, embora a descrição da prostituta parece comunicar o seu grande envolvimento com a idolatria (adultério espiritual, coisas impuras e abominações), esta não é uma descrição da Jerusalém do primeiro século, à luz do fato de que a cidade daquela época era estritamente monoteísta. A condição dos judeus em 70 dC, não pode ser a que foi descrita em Apocalipse 9:20, onde fala daqueles que foram feridos pela explosão de sexta trombeta; alguns dos quais foram mortos, e alguns poupados, não poderiam ter sido judeus, pois o texto diz que estes estavam envolvidos com idolatria,
E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar”.
Não seria possível aplicar essa passagem aos judeus, pois eles não eram idólatras. Não podemos jamais aplicar à Jerusalém de 70 dC um contexto que a acusa de fabricar ídolos de outro, de prata e de bronze.
É extremamente importante para o correto entendimento de quem é essa prostituta e considerar todos os elementos que a caracterizam. Esta “Babilônia, a mãe das meretrizes” é descrita em Apocalipse 18:17 como uma cidade marítima envolvida no comércio com navios. Apocalipse 17:1 anteriormente descreveu-a como estando assentada sobre muitas águas. Não há nenhuma maneira de ser uma descrição de Jerusalém se juntamos o que é apenas símbolos.  Jerusalém se localizava no  deserto, a quarenta milhas do porto de  Jope. Os símbolos em Apocalipse insistem em identificar essa metrópole até quando menciona o rio Eufrates, que é ligado a Babilônia original, mas não a Jerusalém.
Não se espera que Jerusalém, que foi destruída pelos romanos em 70 dC, poderia ser a mesma metrópole vista em Apocalipse, pois o texto diz que a mulher, a grande cidade, reina (está reinando) sobre os reis da terra. Os judeus e Israel certamente não reinavam sobre os reis da terra nesse tempo. Roma e os reis da terra não estavam sujeitos aos judeus e a cidade santa. Muito pelo contrário, os judeus e sua cidade foram alvos de Roma e seu Imperador, o rei da terra habitada.
Além disso tudo, como poderia ser Jerusalém considerada a “mãe das meretrizes” ou a fonte de toda prostituição quando a prostituição existiu (Gen. 11:1-9) muito antes de a cidade de Jerusalém ter existido?
 Há uma série de motivos que não fazem de Jerusalém a prostituta de Apocalipse 17.
a) A prostituta também é chamada Babilônia. Apocalipse 17 e 18 é sobre a destruição da Babilônia. Este é o cumprimento final das previsões feitas em Isaías 13 e 14 e Jeremias 50 e 51. Nesses capítulos Israel e Jerusalém são contrastadas com a Babilônia e os caldeus. Observem que Jerusalém é citada separada de Babilônia. Essas passagens preveem a derrota de Babilônia e a vindicação de Israel e Jerusalém. Aqueles que ensinam que a prostituta em Apocalipse 17, que é identificada com Babilônia (Apocalipse 17:5), deve ser entendida como sendo Jerusalém, devem explicar como é que a Palavra Sagrada de Deus, a qual Jesus disse que não pode ser quebrada (João 10:35) passa a ter seu significado inicial totalmente revertido em cumprimento [futuro] e ainda qualificar-se como verdade!
Como é aceitável por Deus para profetizar a destruição de uma cidade, mas, em seguida, “cumprir” a profecia, milhares de anos mais tarde, destruindo uma cidade completamente diferente?
b) Outra figura importante, que prova não ser Jerusalém a Grande Meretriz, é que o rio Eufrates está associado com os eventos que ocorrem no Livro do Apocalipse (Ap 9:14; 16:12). O Eufrates é associado com a Babilônia literal, não com Jerusalém. Lembre-se que isso são figuras que ajudam na identificação da cidade que reina sobre os reis da terra.
c) A prostituta de Apocalipse 17 “se assenta sobre muitas águas”, que representam “povos, multidões, nações e línguas”. Isso aponta para a sua influência global, que muito mais naturalmente implica Babilônia, exemplificada originalmente em Babel, o primeiro reino do homem e do lugar onde a rebelião e as heresias foram espalhadas pela terra através da confusão das línguas.
Dela é dito ser a “Mãe das prostituições e das abominações da Terra”. Isto fala de seu papel como a criadora da prostituição e das abominações da terra. Isto, muito mais naturalmente, se aplica a Babilônia (na forma de Babel, do reino de Ninrod, Gen. 10, 11) do que o infiel Israel/Jerusalém, que gerou suas prostituições de outro lugar. Ezequiel constata que ela se originou no Egito (Ez 23:8, 27).
Ali está escrito:
“E as suas prostituições, que trouxe do Egito, não as deixou; porque com ela se deitaram na sua mocidade, e eles apalparam os seios da sua virgindade, e derramaram sobre ela a sua impudicícia”.
Ezequiel também aponta para os heteus, amorreus, como tendo sido uma fonte de prostituição de Israel; Ez 16:3, 44-45
Em outra parte, Ezequiel identifica aqueles que cometem prostituição com o Israel infiel como tendo tido seu nascimento na Babilônia:
“E aumentou as suas impudicícias, porque viu homens pintados na parede, imagens dos caldeus, pintadas de vermelho; Cingidos de cinto nos seus lombos, e tiaras largas e tingidas nas suas cabeças, todos com parecer de príncipes, semelhantes aos filhos de Babilônia em Caldéia, terra do seu nascimento”. Ez 23:14-15
Os textos mostram claramente que Babilônia e não Jerusalém foi a fonte da infecção que prostituiu os povos. A prostituição partiu de uma influência anterior – a mãe – Babilônia!
Na meretriz de Apocalipse é encontrado “o sangue dos profetas e santos, e de todos os que foram mortos na terra”. Embora os judeus apóstatas contribuíssem para esse derramamento de sangue (Mat 23:34-39), essa fala de incrédulos fariseus em Jerusalém nos dias de Jesus, como agentes que participam na influência histórica da prostituta. Por outro lado, o abate dos santos pós século um já ultrapassou em muito os do tempo até Jesus, tanto em número como em alcance global.
Isto pode ser visto na multidão de mártires cristãos que pereceram desde então em países e sob regimes completamente desconectado de Israel e Jerusalém, incluindo movimentos islâmicos e as nações da Ásia e da África, que são responsáveis por muitos mártires cristãos em nossos dias, sem mencionar a Roma do passado.
Se a destruição final da Babilônia, a meretriz, é o futuro – e há muitas razões que indicam isso -, então ela também deve dar conta do sangue de todos os justos, derramado desde a época de Jesus, e de todo o mundo.
Babilônia conseguiu camuflar-se entre as nações, usando delas com sua fúria, poder herético e assassino, tão somente para perpetuar seu domínio. Um tiro que saiu pela culatra, pois fez com que a profecia contra ela mesma se cumpra: Ela vai ser capturada!
Simplesmente não é possível colocar isso em pé de igualdade com Jerusalém. A responsabilidade é global, tendo em conta que está completamente de acordo com a ideia de que a prostituta é a Babilônia, o ponto culminante da rebelião, que começou inicialmente na antiga Babel. Restringindo a prostituta a Jerusalém ou ao judaísmo, fica simplesmente demasiado estreito, pequeno, dado ao escopo global do livro do Apocalipse.
Cortando Caminho pelo Eufrates
Há deficiências graves no ensinamento preterista e as questões sem resposta já ultrapassaram os limites da sabedoria e bom senso. Apocalipse 16:12-16 descreve como a Batalha do Armagedom começara (ou como ela supostamente teve início).
“E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso…  E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom”.
Aqui está mais uma pergunta: Quem conquistou Jerusalém em cumprimento desta profecia e de onde eles vieram? A posição preterista ensina que esta profecia se cumpriu no ano 70 quando o general romano Tito e seu exército conquistaram Jerusalém.
Mas Roma  fica praticamente a Leste de Jerusalém, e na profecia (Ap 16:12) diz que o Eufrates secou-se de modo que os reis do Oriente tivessem acesso para fazer  guerra contra Jerusalém no Armagedom. Ora, o Eufrates é citado para apontar diretamente na cabeça de Babilônia e não de Jerusalém, pois o Rio está ligado a Babilônia original. A simbologia que usa o Eufrates como figura quer esclarecer exatamente de quem se trata: Jerusalém não representa Babilônia
 

Babilônia e o Sangue dos Apóstolos

  
Lucas 11:49-51 “… Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros; Para que desta geração seja requerido  o sangue   de    todos    os profetas que,  desde a fundação   do   mundo,    foi derramado;  Desde o sangue de Abel, até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração…”. 
Aqui o Senhor Jesus sentencia “Jerusalém” a uma pena terrível quando joga sobre seus ombros toda a responsabilidade pelas mortes dos profetas do Antigo Testamento.
No entanto, fica uma lacuna, pois se comparamos esta palavra com outra sentença em Apocalipse que descreve a queda de Babilônia descobrimos algo curioso. Observamos no texto, que Deus exige de Babilônia o sangue dos profetas, o sangue das testemunhas de Jesus e o sangue DOS APÓSTOLOS. Podemos inferir pelo contexto de Lucas que os Apóstolos foram perseguidos por Jerusalém, mas não mortos por ela. Note abaixo que a profecia em Apocalipse incluiu Apóstolos e testemunhas de Jesus.
Apocalipse 18
20  Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.
24   E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos [Apóstolos], e de todos os que foram mortos na terra.
Apocalipse 17
6   E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos [Apóstolos], e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.
Além disso, Jerusalém jamais poderia ser responsável pelos milhões de cristãos que foram martirizados depois de sua destruição. E aqui entra mais uma questão crucial que precisa ser respondida pelo preterismo: Por que a sentença muda em Apocalipse quando responsabiliza Babilônia pelo sangue de todos que foram mortos sobre a terra, omitindo a expressão “desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias”, se o julgamento é mesmo sobre a Jerusalém de 70 dC?
Lucas escreveu seu Evangelho por volta de 60; uma vez que a conclusão de Atos mostra Paulo em Roma, sabemos que o Evangelho de Lucas foi escrito antes disso (Atos 1:1). Por outro lado, se Lucas tivesse escrito seu Evangelho depois de 70 dC, certamente falaria sobre a destruição de Jerusalém.  Portanto, se seguimos a cronologia preterista, João ja estava em Pátmos se preparando para escrever sobre as visões do Apocalipse ao mesmo tempo em que Lucas redigia o Evangelho. Se fosse mesmo verdade que os dois escritores estavam tão perto um do outro na escrita, por que em Apocalipse João não repete a sentença, “a vingança pelo sangue de Abel até Zacarias“, mas ali fala de Apóstolos e testemunhas de Jesus? Testemunhas de Jesus e apóstolos só poderiam ter sido martirizados depois da morte do Senhor. O que temos aqui é muito sério, e nos estimula à uma pergunta importante:  Quantas testemunhas do Senhor Jesus e Apóstolos morreram antes de 70 dC ao ponto de Apocalipse conclamar que se alegrem pela vingança de seu sangue? Por que este estardalhaço todo para vingar uma dúzia de testemunhas do Senhor e menos de três Apóstolos?
O que o preterismo propóe é conraditório, pois eles colocam João em Patmos escrevendo Apocalipse 18 antes da destruição de Jerusalém, época em que pouquíssimas testemunhas de Jesus haviam sido martirizadas. E como sabemos também, a maioria dos Apóstolos do Senhor só vieram a morrer  muitos anos depois da queda  da Cidade Santa.
E mesmo que fique provado que o Apóstolo Paulo foi executado em 67, que Pedro morreu no mesmo ano, sabemos que não poderíamos de forma alguma responsabilizar Jerusalém por suas mortes. Sendo assim, só temos “dois Apóstolos” martirizados dentro de Jerusalém até 70 dC e apenas um registro bíblico (Atos 12:1, 2): Tiago, irmão de João, que foi assassinado por ordem de Herodes, um rei nomeado por Roma, também criado e educado em Roma – Marcus Julius Agrippa, assim chamado em homenagem ao estadista romano Marcus Vipsanius Agripa, e  Tiago, irmão de Jesus, que apesar de não fazer parte dos doze, também foi chamado de Apóstolo. Os registros sobre a morte de Tiago podem ser encontrados fora das Escrituras.
Jerusalém e o sangue dos Apóstolos
Observem que no contexto de Apocalipse 18, Deus conclama     muitos a se alegrarem com a derrocada dessa babel, e entre eles achamos dois tipos de mártires; isso nos traz uma revelação surpreendente, pois dentre os que devem se alegrar com a queda de Babilônia estão: “As testemunhas de Jesus e os Apóstolos”. Aqui e dito que eles se alegrem por terem seu sangue vingado. O que nos chama a atenção é: Podemos responsabilizar mesmo Jerusalém pelo martírio dos Apóstolos e das testemunhas de Jesus?
Leia novamente os textos
Apocalipse 18
20 Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.
24 E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra. 
Apocalipse 16
6 Visto como derramaram o sangue dos santos [Apóstolos] e dos profetas, também tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores. 
Apocalipse 17
7 E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos [Apóstolos], e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.
O contexto mostra também profetas. Por mais esse motivo o preterismo afirma que Babilônia deve se referir a Jerusalém, porque só Jerusalém matou profetas do Antigo Testamento, e “profetas do Apocalipse deve referir-se profetas do Antigo Testamento”. Os textos citados acima nos dizem que Babilônia estava embriagada com o sangue dos profetas. Este é um ponto crítico! O termo “os profetas” aparece 88 vezes no Novo Testamento. Para muitos, o uso predominantemente normal do termo refere-se a profetas do Antigo Testamento apenas, o que não é verdade.
Apocalipse 18:20, evidentemente, refere-se apóstolos do Novo Testamento. E os profetas?  Podemos ler: “Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela“. O outro texto fala das testemunhas de Jesus, o que só pode ser aplicado para testemunhas da era do Novo Concerto.  Então, para discutir se estes são apenas os profetas do Antigo Pacto é bastante duvidoso.
A palavra Apóstolo aqui é comumente limitada aos 12. Não há impropriedade, no entanto, em supor que os apóstolos são referidos aqui,  uma vez que eles teriam a oportunidade de se alegrar que o grande obstáculo para o reino do Redentor foi agora retirado, e que quem causou suas mortes e sofrimento estava agora sendo julgada.
Testemunhas de Jesus, santos  apóstolos e profetas”, fazem  três tipos distintos de pessoas, que consiste  a Igreja, sendo que a expressão santos pode também ser aplicada aos membros privados das  igrejas. Babilônia aqui persegue a Igreja do Senhor e por essa perseguição ela será cobrada.
Difícil identificar a Babilônia de Apocalipse com Jerusalém. Primeiro, Jerusalém não se encaixa com a descrição em Apocalipse capítulo 17, como a cidade sobre sete colinas.   Além disso, Jerusalém não saiu do Império Romano, mas o chifre pequeno de Daniel (que deve ser identificado com a Babilônia do Apocalipse) saiu do Império Romano. Mas esse é assunto para outro tópico… 
Depois da Destruição de Jerusalém
Milhões de cristãos foram mortos durante séculos após a destruição de Jerusalém – até um ateu, criança ou mobralista sabe desse fato. Portanto, Jerusalém não pode ser responsável por estes mártires. Sendo assim, o sangue destes só pode ser requerido de outro.  Por isso existe uma diferença no julgamento da grande Babilônia de Apocalipse 18: Ela passa a ser responsável por todas as mortes que ocorreram na terra. Por esse motivo, Jerusalém/Israel não pode ser responsabilizado pelos mártires exterminados após sua queda em 70 dC, pois a nação estava destruída, e em breve seria espalhada por sobre a terra, sem poder militar, eclesiástico e politico.
É desta, que tomou o lugar de Jerusalém e da Babilônia antiga, que Deus cobra pelo sangue de “… todos os que foram mortos na terra” (Apo 18:24).
A responsabilidade sobre “todos que foram mortos sobre a terra”, refere-se a seus conselhos e influência, quando envolve outras nações e povos para perseguir e destruir os verdadeiros seguidores de Deus. Todos que  foram mortos sobre a terra: não só daqueles que foram mortos na cidade de Roma, mas  todos aqueles que foram mortos por todo o império,  sendo mortos por sua ordem, ou com seu consentimento.
Não há cidade atualmente que possamos aplicar este título a não ser a Roma Católica. A culpa do sangue derramado sob os imperadores pagãos não foi removido sob os Papas, mas extremamente multiplicado. Nem é Roma apenas responsável por aquilo que tem sido derramado na cidade, mas pelo que  derramou em toda a terra. Em Roma  sob o papa, bem como antes, sob os imperadores pagãos,  ordens foram dadas, sangrentas e editais,  para que:  o sangue de homens santos seja derramado, enquanto havia grande alegria para ela. E que quantidade imensa de sangue foi derramado por seus agentes!
Charles IX, da França, em sua carta a Gregório XIII., Orgulha-se, que em pouco tempo e após o massacre de Paris, ele tinha destruído setenta mil Huguenotes. Alguns têm calculado que, a partir do ano 1518 até 1548, quinze milhões de protestantes morreram pela Inquisição. A estes podemos acrescentar inúmeros mártires, em tempos antigos, meio e fim, na Boêmia, Alemanha, Holanda, França, Inglaterra, Irlanda, e muitas outras partes da Europa, África e Ásia.
O massacre de santos continuou com a Roma pagã e não cessou depois que ela ruiu. Até um incrédulo aprende na escola qual foi a nação que reinou sobre os reis da terra e continuou reinando enquanto Jerusalém/Israel andava errante entre outros povos sem influência aliada nenhuma.
O que Deus faz, na verdade, é lançar a culpa sobre essa Babel pelo sangue de TODOS que foram mortos por sua fé, o que deve significar que sobre ela recai o sangue de todos os mártires em todos os tempos. Isso porque ela é uma extensão da Babel original. Assim, Deus faz cair sobre ela a responsabilidade por todos os martírios ocorridos desde os tempos passados até o dia de seu julgamento. Se a sentença é dada para o tempo do fim, então ela tem mesmo que ser responsável por todos os cristãos que foram eliminados em todos os tempos.
Sabemos que Apocalipse superlota os tempos de profecias sobre as tribulações que viveu o povo de Deus nas mãos do império Romano, e que podem ser extraídas para cumprimento real, mesmo se o preterismo católico romano declare a aberrante heresia de que os capítulos de 1 a 19 de Apocalipse tiveram cumprimento em 70 dC.
Ela, a Babilônia, é vista embriagada com o sangue dos mártires.
E eu vi a mulher embriagada com o sangue dos santos, e com o sangue dos mártires de Jesus: e quando eu a vi admirei-me com grande admiração.” (17 v6)
Isto é uma profecia, e Jerusalém já estava destruída nessa época. Por isso Deus não pode requerer o sangue dos milhões que foram mortos após a destruição de Jerusalém da própria Jerusalém!
Os que sofreram o martírio do mundo todo depois da queda da Cidade Santa foram em números elevadíssimos comparados aos santos de Abel até Zacarias. O massacre de cristãos foi tão vasto após a destruição de Jerusalém que os cálculos se perdem em milhões de pessoas. E dessa Babel que João fala, e ela não pode ser Jerusalém. Por isso em Apocalipse 18 ela é sentenciada por muitas coisas, sendo que uma delas é sangue, sangue humano,
Apo 18
24 E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.
Tudo nos leva a crer que essa foi uma palavra que será cumprida num tempo de julgamento final: O ACERTO DE CONTAS. Se o texto inclui todos os que foram mortos sobre a terra, entre eles Apóstolos e testemunhas de Jesus, então fica implícito que chegava ao fim a era dos mártires e a hora de cobrar o sangue destes. Fica evidente que é chegado o dia do acerto de contas, feito um capítulo antes da vinda de Jesus registrada em Apocalipse 19. Esse é o momento do julgamento dessa Babilônia, quando Deus lhe cobra por todos aqueles que foram martirizados por sua fé.
Fica extremamente ridículo afirmar quem em 70 dC houve vingança pelo sangue dos Apóstolos e pelo sangue das testemunhas de Jesus, o que supostamente teria ocorrido trinta e cinco anos apenas após a morte do Senhor, quando não havia tantos registros de mártires do Novo Testamento, sabendo também que a maioria dos Apóstolos atravessou a década de 70 ainda com vida.
O contexto aqui revela um julgamento final de Babilônia, o que não pode ter ocorrido em 70 dC. Sabemos com certeza que a maior parte  dos Apóstolos (e aqui provavelmente fala do grupo que Jesus escolheu, pois eles são especialmente citados separados das testemunhas de Jesus e dos profetas)  morreu depois da destruição de Jerusalém. Portanto, não há como ela ser responsável por ter eliminado Apóstolos e testemunhas do Senhor.
Jerusalém não pode ser responsabilizada pelos milhares de cristãos jogados para as feras nas arenas romanas. Não se pode responsabilizar Jerusalém pelas tochas humanas que clareavam as ruas nas adjacências de Roma… E muito menos podemos responsabilizar Jerusalém pela INQUISIÇÃO!
O contexto de Apocalipse 18 revela como Deus toma vingança contra aqueles que mataram seus profetas e apóstolos e até mesmo o seu bendito Filho. Finalmente, todos aqueles martirizados por estes devem ser vingados. O momento tão esperado de retribuição e vingança pelo qual todos os redimidos esperavam, chegou…
Estas fotografias nos últimos versos do capítulo 18 de Apocalipse mostram, a partir de dentro, o resultado do colapso no sistema babilônico. A sua total destruição é mostrada pela repetição de várias frases como, “não será jamais achada”, “não se ouvirá mais” e “não se achará mais”. A pedra lançada ao mar retrata a violência e a permanência da destruição. O sistema babilônico começou em Gênesis 10, e continuou sem interrupção, de uma forma ou de outra, até os dias de hoje. Mas um dia ele vai de repente “afundar”, para nunca mais voltar

O Destino de duas Cidades

     
Na visão profética de João, “Babilônia” é  destruída por um incêndio. Apocalipse 18:8,17,18, diz, “Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga”E todo o piloto, e todo o que navega em naus, e todo o marinheiro, e todos os que negociam no mar se puseram de longeE, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade?…”
Os preteristas alegam que Jerusalém foi um centro de intercâmbio comercial, e que a  profecia revela como ela foi completamente destruída por um incêndio em 70 dC. Acrescentam também que a queima de Jerusalém pelo fogo tinha significado teológico.
Acreditam eles que Jerusalém é a Grande Babilônia de Apocalipse 18, tendo sua queda descrita neste capítulo. Entendem que aqui está o registro do  julgamento de Deus advindo através do exercito romano em 70 dC:
Apoc 18:1,21 Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável… E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada.
Se a hipótese de Babilônia­/Jerusalém estivesse correta, então Jerusalém nunca seria reconstruída novamente, como afirma o final do verso 21. Portanto, essa não pode ser uma descrição de Jerusalém, pois a Escritura fala repetidamente do retorno desta cidade à proeminência durante o reino milenar (Isaías 2:3; Zc 14:16; Apoc 20:9).
Além disso, segundo eles, a  cidade de Jerusalém é muitas vezes referida como uma filha, e se apoiam em referencias no Velho Testamento para encaixar Jerusalém nesta profecia de Apocalipse.
Lamentações 2:15           Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam as suas cabeças sobre a filha de Jerusalém, dizendo: É esta a cidade que denominavam: perfeita em formosura, gozo de toda a terra?
16           Todos os teus inimigos abrem as suas bocas contra ti, assobiam, e rangem os dentes; dizem: Devoramo-la; certamente este é o dia que esperávamos; achamo-lo, vimo-lo.
17           Fez o Senhor o que intentou; cumpriu a sua palavra, que ordenou desde os dias da antiguidade; derrubou, e não se apiedou; fez que o inimigo se alegrasse por tua causa, exaltou o poder dos teus adversários.
18           O coração deles clamou ao Senhor: Ó muralha da filha de Sião, corram as tuas lágrimas como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês descanso, nem parem as meninas de teus olhos.
A infidelidade a Deus é frequentemente comparada à imoralidade sexual. A pena para a prostituição pela filha do sumo sacerdote apelou para uma punição especial, era para ser queimada até a morte.
Levítico 21:9       E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada
O preteristas chegaram a conclusão que  quando foi oferecida a Jerusalém a graça de receber o Messias, tendo ele sido rejeitado,  ela inevitavelmente entrou na profecia como  “a prostituta  Babilônia”, que é posteriormente queimada até a morte. Entretando, há um problema com essa comparação absurda; Jerusalém  realmente é identificada como a prostituta de Ezequiel 16, mas neste caso, Jerusalém é perdoada e restaurada no final do capítulo (versículos 60-62). Isto entra em contradição com a Grande Meretriz de Apocalipse 17-18, da qual se diz: “E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada.” (Apocalipse 18:21).
Observem o seguinte: Em Isaías 1:21-26 diz que Jerusalém era fiel no começo (1:21), então se tornou uma prostituta (mesmo verso) e, em seguida, no final está curada, perdoada e restaurada (1:26).
Em Jeremias 2:13 – 3:25, Israel já foi fiel (2:17), em seguida, virou-se para prostituição (2:20) como uma esposa que parte de seu marido (3:20), mas está prometida a recuperação no final, se ela se arrepender (3:14-18).
Em Ezequiel 16, Deus entrou em pacto com Jerusalém (16:8), mas Jerusalém se prostituiu (16:15), mas  é finalmente restaurada por causa da Aliança (16:60-62).
Em Oséias 2, falando da casa de Israel,  que era uma vez fiel (2:14-15),  então se prostituiu (2:5), mas que será restaurada no final (2: 19-23).
Este são contextos que falam da Cidade Santa,  contrário do que encontramos quando a referência é aplicada a outras cidades. Tiro, por exemplo,  é retratada como prostituta em  Isaías 23; nada é dito sobre Tiro  ter sido uma esposa fiel. Para começar, e podemos aprender com Ezequiel 26:21, quando Tiro é destruída, não existirá jamais: “Farei de ti um grande espanto, e não mais existirás; e quando te buscarem então nunca mais serás achada para sempre, diz o Senhor Deus.“. Naum não disse  que a prostituta Nínive havia sido fiel a Deus, e Naum 2:13 diz que se ela for  destruída, Nínive não será jamais restaurada.
Embora em Jeremias 50-51 Babilônia não é explicitamente chamada de prostituta, esta é a passagem do Velho Testamento que tem mais em comum com o Apocalipse 17-18. A Babilônia de Jeremias 50-51, Tiro de Isaías 23 e Ezequiel 27, Nínive de Naum, e Babilônia de Apocalipse 17-18,  têm uma coisa em comum: todos eles vão ser destruídos e não restauradas jamais (Jeremias 51:64).
Não existe salvação ou resgate para a prostituta, ela será destruída juntamente com a besta e o falso profeta. Observem a união em detalhes de quatro versículos em Apocalipse 18:16,21-23 “…  Ai! ai daquela grande babilônia, aquela forte cidade! pois numa hora veio o seu juízo…  Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada… porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias
Jerusalém não pode entrar nesse texto como  uma FORTE cidade pelo fato de sempre ter sido invadida por outros povos em toda sua História. Jerusalém jamais esteve montada na besta do poder romano (17:3; cf. 13:1-8): Jerusalém foi dominada pelos romanos no tempo dessa profecia. No entanto, com relação a prostituta, a Bíblia diz que ela estava assentada sobre muitas águas (17:1): Seu poder vinha dos povos dominados. Com ela se prostituíram os reis da terra (17:2): Roma dominava os reis de muitos países na época da escrita do Apocalipse; uma descrição da Babilônia antiga (Jeremias 51:7);
Apocalipse fala sobre o vinho (doutrina) de sua devassidão (17:2). Ao mesmo tempo Roma foi  conhecida por sua imoralidade e excessos;
Vestida de púrpura, escarlate, ouro, pedras preciosas, etc. (17:4; 18:16): Luxo, nobreza, sedução; os soldados da Babilônia antiga também se vestiam de escarlata (Naum 2:3);
Cálice de abominações e imundícias (17:5): Babilônia foi o cálice que fez as nações enlouquecerem (Jeremias 51:7);
Embriagada com o sangue dos santos e das testemunhas de Jesus (17:6; 18:20, 24): Roma (Império Romano, a possível besta) perseguia os cristãos, especialmente nos reinados de Nero e Domiciano.
A mulher é a grande cidade que domina sobre os reis da terra (17:18): Roma no ano 100 (O ano em que o Apocalipse foi escrito) era a Capital do Mundo. Roma dominava os reis da terra na época de João.
Destruição interna (17:16-17): História do declínio de Roma (cf. Daniel 2:42-43).
A sentença para a Babilônia de Apocalipse é destruição sem restauração, como vimos nos versículos acima. Porém, o mais importante é atentar para a leitura de alguns textos da carta de Paulo aos romanos com relação ao povo incrédulo de Israel.
Observem a promessa em Romanos capítulo 11:
23 E também eles (Israel), se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. 
24 Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!
25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.
26 E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades. Romanos 11
Uma vez que Jerusalém será restaurada após um período de rebelião, mas Mistério Babilônia não será restaurada jamais, conclui-se que a Babilônia de Apocalipse 18 não pode ser Jerusalém.
Disciplina nacional ao invés de separação é também o tema do livro do Apocalipse, que conclui com um retrato do estado restaurado de Israel (Ap 20:9).  Há pouca dúvida de que esta “Cidade amada”, que será destaque no milênio é Jerusalém. O Antigo Testamento muitas vezes descreve Jerusalém da mesma maneira (Sl 78:68; 87:2; Jer 12:7) e também prevê seu futuro retorno para a glória (Isa 2:2-4; Zac 14:17).
Israel será novamente líder entre as nações. Assim, longe de ser um livro sobre a separação de Israel, o Apocalipse é realmente sobre a eventual restauração de Israel. Portanto, Apocalipse 18 jamais poderia fazer referência a queda de Jerusalém, pois ali é dito que a Grande Cidade, Babilônia, cai, para nunca mais ser reerguida. Por outro lado a profecia de Apocalipse 18 ainda não recebeu cumprimento.
DETALHES BOMBÁSTICOS contra a tese preterista
Em sua queda definitiva, Babilônia/Jerusalém – como desejam os preteristas -, no capítulo 18 de Apocalipse, se “tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável”, mas dois capítulos depois de ser totalmente devastada, aparece protegida por Deus e sendo amada por Ele.
Apoc 20:9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo do céu, e os devorou.
Os preteristas garantem que o Apóstolo João registra suas visões testificando sobre os infortúnios que viriam sobre a Babilônia/Jerusalém, denominando-a de mãe das prostituições e abominações da terra,  de prostituta, de iníqua, de que irá beber do cálice da ira do Deus vivo, de morada de demônios, de covil de todos os espíritos imundos, de esconderijo de toda ave imunda e ODIÁVEL, mas não conseguem explicar porque ela em seguida, mesmo depois de devastada totalmente, ainda é chamada de “… a cidade amada…”, Apoc 20:9.
Essa escola doutrinária absurda afirma que Deus julgou Jerusalém no capítulo 18 de Apocalipse, e que,  através da escrita de João, Deus passa os primeiros 18 capítulos de seu livro detonando com a Babilônia (“Jerusalém”) destruindo-a para que ela nunca mais se levante novamente, mas logo depois do capítulo 19, lá está outra vez Jerusalém sendo acolhida e protegida por Deus como cidade AMADA. Alguém poderia encontrar contradição mais medonha do que esta?
Mas não é só isso; Deus ainda escolhe esta mesma “Babilônia – Jerusalém” como o nome da cidade que iria descer dos céus:
“… E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” – Ap.21,2.
O MAPA DE DEUS NA ESTRADA PROFÉTICA
Deuteronômio fornece um mapa profético que cobre toda a história, desde quando Israel começou a caminhar pela estrada, cerca de 3400 anos atrás; O Senhor deu um esboço da sua história inteira através de seu porta-voz, Moisés. Deuteronômio é esta revelação, e é como um roteiro para onde a história é dirigida antes da viagem entrar em curso; e deve-se acrescentar que os diferentes segmentos da viagem histórica foram atualizados com mais detalhes a serem adicionados ao longo do caminho.
No processo de exortação de Moisés para a nação de Israel, ele dá em Deuteronômio 4:25-31, um esboço do que vai acontecer com essa nação eleita, depois de cruzar o rio Jordão e se estabelecer na terra prometida.
Um resumo destes eventos:
1) Israel e seus descendentes permaneceriam muito tempo na terra.
2) Israel agiria de forma corrupta e escorregaria em idolatria.
3) Israel seria expulso da terra.
4) O Senhor os espalharia entre as nações.
5) Israel seria entregue à idolatria durante suas andanças.
6) Embora dispersos entre as nações, Israel  há de   procurar e encontrar o Senhor quando Ele  procurar de todo o seu coração.
7) Viria um tempo de tribulação  a ocorrer nos últimos dias, período em que eles iriam voltar para o Senhor
8) “Porque o Senhor vosso Deus é um Deus compassivo, Ele não te deixará nem te destruirá, nem se esquecerá da aliança com vossos pais, que jurou a eles” (Deuteronômio 4:31).
Se os cinco primeiros eventos têm acontecido com Israel e nenhum intérprete evangélico poderia negar tais fatos, então fica claro no texto que os eventos finais ocorrerão também para a mesma nação da mesma forma como os eventos anteriores. Isto é mais claro no contexto, pois a Bíblia não “muda de cavalo no meio do caminho”, para que de repente, Israel, que recebeu as maldições, caia fora da imagem e a Igreja assume e recebe as bênçãos. A Bíblia nada ensina que Deus abandonou Israel (cf. Rom. 11:1).
Qualquer leitor do texto terá que admitir que a mesma identidade é conhecida em todo o conjunto do texto em análise. Se for verdade que o mesmo se destina Israel ao longo do texto, então os três últimos eventos ainda têm de ser cumpridos por Israel da mesma forma histórica em que os cinco primeiros eventos são reconhecidos por todos como tendo ocorrido. Assim, uma realização dos três eventos finais na vida de Israel terá de acontecer no futuro.
Esta passagem em Deuteronômio conclama um retorno do Senhor depois da Tribulação dos tempos finais, e não um julgamento em 70 dC. Isto significa que uma visão futurista da profecia é suportada a partir desta passagem no início e durante todo o resto das Escrituras.
Tão significativo como Deuteronômio quatro está em estabelecer a história profética do povo eleito de Deus, uma narrativa expandida da história futura de Israel é fornecido também em Deuteronômio capítulos 28-32 e partes do 26. Aqui é onde vemos realmente surgir o matrix das grandes profecias do Antigo Testamento sobre Israel.
26:3-13; 28:1-14 As condições de bênção para seguir a obediência
31:16-21 A apostasia chegando
28:15-60 A aflição que Deus iria trazer sobre Israel, enquanto ainda na terra, por causa de sua apostasia
28:32-39, 48-57 Israel será levado cativo
27, 32 Os inimigos de Israel  possuirão sua terra por um tempo
28:38-42; 29:23 A terra em si permanecerá desolada
28:63-67; 32:26 Israel será espalhado entre as nações
28:62 O tempo virá em que Israel será em pequeno número
28:44-45 Apesar de punido Israel não será destruído
28:40-41; 30:1-2 Israel vai se arrepender de sua tribulação
30:3-10 Israel será recolhido junto das nações e trazido de volta à sua terra dada por Deus
Nem todos os eventos  acima resumidos  certamente tiveram lugar durante, ou antes, da destruição de Jerusalém em 70 dC. Parece estar se moldando que, enquanto o incidente do ano 70 dC  foi de fato um evento profetizado, os itens remanescentes no roteiro profético de Israel ainda não foram cumpridos.
O que é triste com a interpretação preterista é que ele reconhece as maldições sobre Israel, mas não as bênçãos futuras que Deus também prometeu. O Preterismo diz que Israel recebe as maldições, mas a igreja recebe bênçãos de Israel. Não é isso que diz a Bíblia; para que as bênçãos sobre Israel literalmente ocorram, assim como as maldições do passado, só faz sentido se as localizamos num tempo futuro.
Dentre todas as profecias anunciadas, ainda temos as que afirmam que o estado de Israel/ Jerusalém será reerguido reinando entre as nações,
Isaías 2
E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.
E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.
E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear.
Zacarias 14:17    E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva.
Apoc 20:9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.
Os textos citados acima fazem referencia a Jerusalém, o que não está de acordo com a visão preterista que afirma ter sido a cidade santa, a qual denomina de a grande Babilônia, destruída para sempre em Apocalipse 18,
21 E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada.
22 E em ti não se ouvirá mais a voz de harpistas, e de músicos, e de flautistas, e de trombeteiros, e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; e ruído de mó em ti não se ouvirá mais;
23 E luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá
Apoc 18:14 E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti; e todas as coisas gostosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás.

Mistério, a Grande Babilônia

  
Apocalipse 17 é para muitos um enigma; mas deixa de sê-lo, feitas as combinações indicadas. Com dramática intuição o profeta pinta com palavras o seu quadro. Uma mulher está sentada sobre uma besta escarlate. “Em sua cabeça  estava um nome  com significado  secreto”. Ela estava vestida de púrpura real e de um escandaloso escarlate; seu título: “Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da Terra”.
Esta linguagem é impressiva; contudo podemos formular a pergunta: Quem é esta mulher chamada “Mistério, a grande Babilônia?” Não pode haver dúvida quanto a sua identidade. Mulher em profecia representa Igreja. A mulher do capítulo 12 é um belo símbolo da Igreja verdadeira de Jesus, mas esta mulher do capítulo 17, de caráter corrupto e natureza enganadora, contrasta em todo sentido com aquela. Deus compara o Seu povo a uma mulher “formosa e delicada”, ou “uma mulher dedicada ao lar”,Jer. 6:2. Mas esta não é uma mulher caseira. Ao contrário, ela corteja reis em vive em relação ilícita com o mundo. Não está vestida de “linho fino” que é a “justiça dos santos” (Apoc. 19: 8), mas está prodigamente ataviada em púrpura e escarlate, e adornada com ouro e joias de alto preço. João viu que ela estava também embriagada com o sangue dos mártires de Jesus.
Ele contemplava esta igreja apóstata subsequente aos séculos de perseguição. Ela sustentava em sua mão um cálice de ouro cheio de “abominações”. Na Escritura as palavras “abominação”, “mentira”, “imagem de escultura” e “falsos deuses” são usados como sinônimo. Veja I Reis 11:7, 2, 3; Isa. 44:15, 19, 20. Este não é o cálice da salvação pelo qual Davi no passado orava (Sal. 116:13), mas está cheio de falsos deuses e abominações mentirosas, como a contrafação doutrinária do sacerdócio – um falso sacerdócio que se arroga o poder de perdoar pecados…
A besta que a mulher  cavalgava, como as outras bestas da profecia, representa o poder político ou civil. Sustentada pelo poder do Estado, esta mulher, símbolo da igreja apóstata, é vista conduzindo e controlando as nações. Ela o faz para os seus próprios fins.
Ela tem escrito o nome “Mistério, a grande Babilônia”. Quando os cultos misteriosos da antiga Babilônia entraram na igreja, foram postos os fundamentos para o mistério da iniquidade. Os mistérios tomaram a forma de religião apenas pouco tempo depois do dilúvio, tendo sido uma definida tentativa de destruir o conhecimento do verdadeiro Deus na mente dos homens. Ninrode, “poderoso caçador diante da face do Senhor” (Gên. 10:9), fundou o reino de Babilônia, e a lenda diz que depois de sua morte, a rainha, depravada e licenciosa, ávida por manter sua influência sobre o povo, instituiu certos ritos em que era adorada com Rhea, a grande “mãe” dos deuses. Esta rainha Caldéia é um apropriado protótipo desta mulher do Apocalipse, em cuja testa está escrito o nome “Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da Terra”. Quando João a viu, ela estava embriagada. Mas sua devassidão estava no fim; ela estava aguardando julgamento. João se admirou do que via, e não era sem motivo. O anjo, desdobrando ante ele o mistério de tudo, disse: “A mulher que viste é a grande cidade, que reina sobre os reis da Terra”. Apoc. 17:18.
Nove vezes no Apocalipse encontramos a expressão “grande cidade”, como aplicada a este sistema apóstata. A mulher representa o poder eclesiástico; a besta o poder político. Neste símbolo encontramos completa união da igreja e do Estado, e todos cujos nomes “não estão escritos no livro da vida” ficam admirados ao testemunhar o surgimento e influência deste
tremendo poder político-religioso descrito com “a besta que era, e que já não é, e há de vir”. Verso 8.
A fim de que o Seu povo esteja preparado para esta tremenda crise, Deus está enviando Sua última mensagem de misericórdia. Todo o mundo será iluminado com a glória desta mensagem (verso 1) que declara Babilônia, ou a igreja caída, como havendo-se tornado “morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e aborrecível” (verso 2). A pomba é o emblema do Espírito Santo, mas os emblemas de Babilônia são aves imundas e aborrecíveis, abutres que se alimentam no monturo. Por suas feitiçarias ela enganou as nações (verso 23), e agora estas, embriagada com o seu vinho, estão vivendo em aliança espúria com ela, enquanto os mercadores estão enriquecendo com o seu comércio. Babilônia não é uma igreja. Em Apoc. 17:5 ela é chamada “mãe das meretrizes”; tem filhas – as outras igrejas – e estas participam da mesma natureza não santificada e são achadas bebendo o vinho de Babilônia e ensinando suas doutrinas que não estão em harmonia com a Bíblia.
“Sai dela, povo meu”. Apoc. 18:4. Este é o chamado de Deus hoje. Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Jesus, encontra-se ainda em sua comunhão. Muitos deles há que nunca souberam das verdades especiais para este tempo. Não poucos se acham descontentes com sua atual condição e anelam mais clara luz, em vão olham para a imagem de Jesus nas igrejas a que estão ligados. Afastando-se estas corporações mais e mais da verdade, e aliando-se mais intimamente com o mundo, a diferença entre as duas classes aumentará, resultando, por fim, em separação. Tempo virá em que os que amam a Deus acima de tudo, não mais poderão permanecer unidos aos que são „mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela’.
O capítulo 18 de Apocalipse indica o tempo em que, como resultado da rejeição da tríplice mensagem do capítulo 14, versos 6-12, a igreja terá atingido completamente a condição predita pelo segundo anjo, e o povo de Deus [das denominações apóstatas], ainda em Babilônia, será chamado a separar-se de sua comunhão. Esta mensagem é a última que será dada ao mundo, e cumprirá a sua obra. Quando os que „não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade’, forem abandonados para que recebam a operação do erro e creiam a mentira, a luz da verdade brilhará então sobre todos os corações que se acham abertos para recebê-la, e os filhos do Senhor que permanecem em Babilônia atenderão ao chamado: „Sai dela, povo Meu’. Apoc. 18:4.
Os juízos de Deus estão prestes a cair na forma das 7 últimas pragas, e todos os que se recusarem a separar-se de Babilônia e de seus pecados serão destruídos com ela. “Fugi do meio de Babilônia”, foi a mensagem de Deus a Israel quando a antiga Babilônia estava para cair, Jer. 51:6. Essas pragas vem “num dia”, Apoc. 18:8. Pode trata-se aqui de um dia profético, ou um ano literal, ou mesmo porque a destruição vem rápido.
Quando os que puseram sua confiança neste grande poder mundial  testemunharem o completo colapso de toda esta confederação política, econômica, financeira e educacional, exclamarão perplexos: “Ai! ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo”! – verso 10. Quatro vezes encontramos a expressão “uma hora”. É somente por “uma hora” que as potências do mundo reinarão com ela (Apoc. 17:12) em “uma hora” vem os seus juízos (Apoc. 18:10); suas riquezas se tornam em nada em “uma hora” (verso 17); e em “uma hora” é posta em desolação (verso 19). Isso significa que sua destruição vem repentinamente!
Como os edificadores da antiga Babel, cujos esforços para construir uma torre cujo topo alcançaria os céus foram frustrados, sendo eles espalhados pela mão divina, assim esta moderna estrutura babilônica, cujos pecados “se acumularam até os céus” (veso5), também entrará em colapso. Os mercadores que enriqueceram com a abundância nela existente acabarão por voltar-se contra ela e destruí-la. Apoc. 17:6. Mercadores do mar e negociantes de preciosidades, “agricultores e industriais”, “escultores e artesãos”, todos lamentarão a sua ruína, Apocalipse  18: 9-17. Havendo posto nela sua confiança, veem suas esperanças dissipar-se ao testemunharem sua destruição.
Seis vezes lemos que ela não será mais – versos 21-23. Sua música, sua indústria, suas finanças, seu comércio, não serão mais. Sua destruição será completa, e Deus a responsabiliza pelo sangue “de todos os que foram mortos sobre a Terra” (verso 24) – um tremendo quadro das cenas finais que se verão quando da vinda do reino de glória! No momento em que toda a confederação do mal declara guerra a Deus e Seu povo, a promessa é que “o Cordeiro os vencerá… e os que com Ele estão, chamados por Sua graça. Ele nos elegeu para sermos povo santo; compete-nos a nós sermos fiéis. “Bem está, servo bom e fiel”, Mat. 25:21.
O grande sistema do mal e do engano está vencido. A grande e orgulhosa Babilônia está agora em desolação, e os santos estão prestes a receber sua final recompensa. Do trono ali presente ecoa uma ordem festiva, convocando os servos de Deus e a todos os que O temem, tanto grandes como pequenos, fazerem ouvir suas vozes em louvor. Esse coro é como o som “de muitas águas” e como “a voz de grandes trovões”. Eles clamam, em triunfo: “Aleluia, pois já o Senhor Deus Todo-poderoso reina. Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou.” Apoc. 19:6, 7.
Amém

destruição de Jerusalém

 

 

 

 

 

 

O Testemunho dos Pais da Igreja

Postado em Atualizado em
23Os Preteristas ensinam que o livro de Apocalipse é primariamente uma profecia sobre a guerra romana contra os judeus em Israel, que começou em 67 dC e terminou com a destruição do Templo em 70 dC. A fim de Apocalipse ser uma previsão do futuro (Apocalipse 1:1, 3, 11, 19; 22:6-10, 16, 18-20), e se foi cumprida até agosto de 70 dC, então ele teve que ser finalizado nos seus registros em  68 dC para a interpretação preterista até mesmo ser uma possibilidade.
A interpretação futurista não depende da data do Apocalipse, uma vez que não importa quando esses eventos ocorrem, pois são ainda para o futuro, para o nosso próprio tempo. No entanto, a data do Apocalipse é essencial para a posição preterista e explica por que eles são tão focados em defender uma data próxima a destruição de Jerusalém.

Evidência histórica
As evidências em favor de uma data tardia para a escrita do Livro de  Apocalipse são diversas. A maioria concluiu que o Apocalipse foi redigido perto do fim do primeiro século, principalmente por causa da declaração de  Irineu, pai da Igreja (120-202). Em torno de 180 dC, Irineu atesta:
“Não vamos, no entanto, incorrer no risco de se pronunciar de forma positiva quanto ao nome do Anticristo, pois se fosse necessário que seu nome deve ser claramente revelado neste momento, teria sido anunciado por aquele que viu a visão apocalíptica. Por que foi visto num tempo não muito longo desde então, mas quase em nossos dias, para o fim do reinado de Domiciano”.
É importante notar que Irineu era da Ásia Menor (atual Turquia). O apóstolo João era também  de Éfeso, na Ásia Menor. Irineu foi discípulo na fé de Policarpo, que foi discipulado pelo apóstolo João. Assim, há uma ligação direta entre a pessoa que escreveu Apocalipse e Irineu. Este argumento, testemunho da história, apóia fortemente a credibilidade de Irineu e sua declaração. Significativamente, nenhuma outra tradição relacionada com a data do Apocalipse foi desenvolvida nesta seqüência, justamente nesta parte do mundo, como foi a de Irineu. Esta foi a área onde o Apocalipse foi dado.
Mais tarde, outras tradições foram desenvolvidas nos territórios da cristandade, mas em um tempo distante da escrita do Apocalipse. No entanto, estas foram áreas em que o Apocalipse não foi tomado tão literalmente quanto na Ásia Menor. Parece lógico que se a teoria do ensino de uma data anterior do Apocalipse era genuína, então ele deve ter tido uma testemunha disso na Ásia Menor, como se vê, e não de registros que apareceram nos séculos V e VI. Portanto, isso só bastaria para estabelecer a verdade, tornando-se uma realidade quando buscamos apoio para a exibição final dos dados. Tal realidade argumenta contra a visão preterista dos anos 70, e é um forte apoio para se estabelecer a escrita do Apocalipse para depois da destruição de Jerusalém.
No rastro de Irineu
O historiador da igreja Eusebio de Cesareia, ou, Eusebio Panfilio, nasceu em 260 e morreu antes de 341. Bispo de Cesaréia na Palestina, ele é conhecido como o “Pai da História da Igreja.” Eusébio confirma a autenticidade do testemunho de Irineu. No capítulo 18,  livro 3 de sua História da Igreja, lemos:
“…  nesta perseguição a João, apóstolo e evangelista, que ainda estava vivo…  ele foi condenado a habitar na ilha de Patmos em conseqüência de seu testemunho à palavra divina. Irineu, no quinto livro da sua obra Contra as Heresias, onde ele discute o número do nome do Anticristo, que é dado no Apocalipse  de João, diz o seguinte a respeito dele: “Se fosse necessário  seu nome ser proclamado abertamente no presente momento teria sido declarado por ele que viu a revelação. Pois foi visto há pouco tempo,  quase em nossa própria geração, no final do reinado de Domiciano. “
Eusébio citou a declaração de Irineu; observe que ele também indicou  outras histórias seculares à sua disposição com precisão indicando que o banimento dos cristãos em Patmos ocorreu durante o reinado de Domiciano.
Eusébio continua: “Tertuliano também mencionou Domiciano nas seguintes palavras: “Domiciano também, que possuía uma parcela da crueldade de Nero, tentou uma vez fazer a mesma coisa que este último fez… sequer se lembrou daqueles a quem ele tinha banido…  Mas depois que Domiciano reinou 15 anos, e Nerva tinha sucedido ao império, o Senado romano, de acordo com os escritores que registram a história daqueles dias, votaram que os horrores de Domiciano deveriam ser cancelados, e que aqueles que tinham sido injustamente banidos devem retornar para suas casas e ter suas propriedades restauradas a eles. Foi nessa época que o apóstolo João retornou de seu exílio na ilha ao seu domicílio em Éfeso…” [Eusébio, Bk. III, cap. xx]
O detalhe importantíssimo no testemunho acima é a declaração de que Domiciano reinou 15 anos, o que nos  permite estabelecer a permanência de João no exílio não mais que os 15 anos do governo de Domiciano. Guarde esse detalhe…
Hipolitis escreveu  em 236, no capítulo um, versículo 3 de  Doze Apóstolos:
“João, de novo na Ásia, foi banido por Domiciano  para a ilha de Patmos…  e no tempo de Trajano ele adormeceu em Éfeso, onde seus restos mortais foram procurados, mas não foram jamais encontrados”.
Por volta de AD 270, Vitorino, no décimo capítulo de seu comentário sobre o Apocalipse de João, escreveu
“…  João estava na ilha de Patmos, condenado ao trabalho das minas por César Domiciano… ele viu o Apocalipse, e quando envelheceu, ele pensou que ele deveria finalmente receber sua quitação pelo sofrimento. Domiciano foi morto e todas as decisões dele estavam descarregadas. João foi liberto das minas…”. [Vitorino, Comentário sobre o Apocalipse, XI]
Jerônimo nasceu em cerca de 340. Morreu em Belém, 30 de Setembro, 420. Jerônimo escreveu no capítulo IX de Homens Ilustres,
“… no décimo quarto ano depois de Nero, Domiciano, tendo levantado uma segunda perseguição, baniu João para a ilha de Patmos, onde ele escreveu o Apocalipse, em que Justino Mártir e Irineu depois escreveram comentários. Mas Domiciano tendo sido condenado à morte e seus atos, por conta de sua excessiva crueldade, foram anulados pelo Senado, e João voltou a Éfeso…”.
Segundo Jerônimo, o Apóstolo João foi exilado em Patmos em 82 dC, e não antes disso. Ora, se Nero morreu em 68 dC, e 14 anos depois houve uma perseguição impetrada por Domiciano, evidente que o ano  dessa perseguição só pode ter sido 82 dC.
Em Contra Jovinianus, Livro 1, Jerônimo também escreveu:
“João é tanto um apóstolo e um evangelista, um profeta e um apóstolo, porque ele escreveu às Igrejas como um mestre; Um evangelista, porque ele compôs um Evangelho, uma coisa que nenhum outro dos apóstolos, com exceção de Mateus, o fez; um profeta, pois ele viu na ilha de Patmos, para o qual ele havia sido banido pelo imperador Domiciano como um mártir para o Senhor, o Apocalipse, contendo os mistérios sem limites do futuro.”
Sulpitius Severo foi um escritor eclesiástico que nasceu na Aquitânia em 360. Ele morreu cerca de 420-25. No capítulo 31 do livro 2 de sua História Sagrada, lemos:
“… Então, depois de um intervalo, Domiciano, filho de Vespasiano, perseguiu os cristãos. Nesta data, ele baniu João Apóstolo e Evangelista para a ilha de Patmos”.
O depoimento destas testemunhas da antiguidade indica que o Apocalipse foi escrito após a queda de Jerusalém. Portanto, Isso nos leva à conclusão razoável de que muitos dos eventos profetizados devem  ocorrer mais tarde.
Clemente escreve sobre João
Clemente de Alexandria (AD150-220) contou uma história sobre João logo após seu retorno do exílio, como sendo um homem muito velho. Ele narra  sobre um jovem que foi convertido pela pregação do Apóstolo, mas também deixa um valioso documento sobre os dias de João em Patmos.
“…  quando da morte do tirano, ele retornou a Éfeso da ilha de Patmos, ele foi embora, sendo convidado aos territórios contíguos das nações, aqui a nomear bispos, lá para pôr em ordem Igrejas para ordenar tais como foram marcados pelo Espírito”. [Clemente, Quem é o homem rico que será salvo, XLII]
Na história que Clemente conta sobre João  ele detalha como o Apostolo era já um homem velho depois de ser liberto do seu cativeiro.
A história é sobre um jovem convertido que João havia confiado a certo ancião para discípulo na fé. O homem tinha sido anteriormente um ladrão e salteador. “… Ao retornar do exílio em Patmos, ele ouviu que o jovem havia retornado para sua vida antiga de crime. Ao ouvir isso, ele repreendeu fortemente o mais velho em cuja guarda ele havia deixado. João partiu imediatamente para o lugar onde este ladrão e seu bando se escondiam. Ao chegar ao local, ele foi agredido pelo bando de ladrões. Ele exigiu deles para levá-lo ao seu líder. Eles trouxeram João ao homem  que João havia anteriormente conquistado para Cristo, e deixado sob a custódia do mais velho. Quando o jovem viu João se aproximando, ele começou a fugir. João começou a correr atrás dele, pedindoPor que, meu filho fugir de mim, teu pai, desarmado e velho? Filho tenha pena de mim. Não temas, tens ainda a esperança de vida. Vou dar conta de Cristo por ti. Se for necessário, eu vou de bom grado suportar tua morte, como fez o Senhor a morte por nós. Por ti vou entregar minha vida… João explicou-lhe que o perdão e a restauração era ainda possível…
Clemente, em seguida declarou: “E ele, quando o ouviu, primeiro se levantou olhando para baixo, em seguida, jogou os braços, então tremeu e chorou amargamente. E vendo o  velho João se aproximando, ele abraçou-o, falando para si próprio com lamentações… e batizou uma segunda vez com lágrimas, escondendo apenas sua mão direita. Os outros prometendo, e assegurando-lhe sob juramento que ele iria encontrar o perdão para si mesmo do Salvador, rogando de joelhos, e beijando a mão direita em si, como agora purificada pelo arrependimento, o levou de volta para a igreja.” [Clement, Quem é o homem rico que será salvo, XLII]
A partir dessa história vemos que após a libertação do exílio de João em Patmos ele era um homem avançado em idade. Mas, o leitor poderia questionar em que isto implica. Implica em problemas para o preterismo. João poderia não ter ainda mais de vinte anos quando Jesus o chamou; Ele e seu irmão Tiago estavam trabalhando com seu pai consertando as redes (Mt 4:21-22). Assumindo que João estava bem jovem na época do seu chamado, ele teria então pouco mais de 80 anos em AD 96.  No entanto, se o “tirano”, referido por Clemente foi Nero, então João não era tão idoso na época da morte do imperador romano. No fim da década de 60 ele poderia contar não mais que 56  anos de idade, o que não está de acordo com as declarações de Clemente que falam de João como um homem  velho ao ser liberto do exílio.
Que João viveu até depois do reinado de Domiciano também é mostrada por repetidas referências; Irineu lembra: “para seu próprio mentor, Policarpo, sendo discípulo de João…”. [Irineu, frag. ii].
João e  Policarpo
Policarpo nasceu no fim da década de 60 AD e morreu em aproximadamente 156 AD. Ele contava com pouco  mais de um ano quando Jerusalém foi destruída. Portanto, se ele foi tutelado por João, deve ter sido mais de  uma década após a destruição de Jerusalém, o que não seria possível se nos baseamos na cronologia preterista,  pois eles alegam que  João estava no exílio.  Em outras palavras, se João ficou quase quatro décadas na ilha de Patmos, do início de 60 até fins de 90 dC, como alega algumas facções do preterismo, quando foi que ele discipulou o jovem Policarpo?  O preterista apressado poderia contestar dizendo: obviamente João encontrou Policarpo depois de ser liberto do cativeiro romano.
Observe as notas abaixo,
“Nascido em uma família cristã por volta dos anos 70, na Ásia Menor (atual Turquia), Policarpo era discípulo do Apóstolo João. Em sua juventude costumava se sentar aos pés do Apóstolo do amor. Também teve a oportunidade de conhecer Ireneu, o mais importante erudito cristão do final do segundo século. Inácio de Antioquia, em seu trajeto para o martírio romano em 116, escreveu cartas para Policarpo e para a igreja de Esmirna”. Policarpo de Esmirna
O detalhe atesta,
“Quando em sua juventude Policarpo assentava-se aos pés do Apóstolo João…”
Quando tomamos por base a datação preterista do Apocalipse, descobrimos que não há possibilidade alguma para João  ter tutelado Policarpo antes de ser liberto do exílio. Obviamente, deve-se notar que, se João discipulou Policarpo pós exílio, isso só foi possível no fim do primeiro século, com Policarpo passando dos trinta anos de idade, não sendo mais tão jovem, o que é uma contradição, pois não está de acordo com o testemunho da história, o qual  afirma que sendo ainda um jovem, Policarpo assentava-se aos pés do Apóstolo.
Considerando que João foi enviado para a ilha de Patmos por causa da perseguição do imperador Domiciano em meados da década de 80 AD, podemos considerar que antes de sua prisão ele já havia encontrado o jovem hebreu, que estava, nessa época, entre seus 14-16 anos de idade. Era costume entre os judeus que aos  doze anos o adolescente fosse levado aos seus mestres – veja meu artigo: A Idade de João – do chamado até o Exílio. Portanto, quando João foi liberto de sua prisão no fim da década de 90 dC, ele já havia tutelado Policarpo. Provavelmente, e se foi ele mesmo quem nomeou Policarpo como bispo da Igreja em Esmirna, isso só ocorreu após sua libertação do exílio.
Atente para o texto que segue abaixo,
“Policarpo foi ordenado bispo de Esmirna pelo próprio João Evangelista. De caráter reto, de alto saber, amor a Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente. Com a perseguição, o Santo bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e assim foi levado para o governador, que pretendia convencê-lo de negar a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como poderei negar Aquele a quem prestei culto e rejeitar o meu Salvador?” Policarpo de Esmirna
Policarpo viveu até ser martirizado em torno de 156 AD, com quase 90 anos de idade.
Consulte também o tópico A Igreja de Esmirna não existia em 60 AD
 

 

 

 

 

ONDE estava o Apóstolo João?

    
000000019Quando e onde foi escrito o Apocalipse? Certamente uma quantidade incontável de leigos e professores de escola bíblica, incluindo teólogos da melhor qualidade, respondam a uma só voz: “Evidente que foi em Patmos!”
A nossa teologia escatológica deixou-nos um legado irreversível e padronizado sobre João em Patmos através de mensagens limitadas a uma visão tradicional imutável. Provavelmente muitos entre os cristãos do nosso tempo, sejam eles leigos ou não, dificilmente tentariam dar uma olhadela ao redor para descobrir se tudo ocorreu mesmo da maneira como aprenderam. O quadro apocalipse exilio, pintado pelo ensino tradicional e entregue a cristandade, foi de um João totalmente sozinho e a vontade numa Ilha deserta do Mar Egeu, bem tranquilo e com total liberdade para escrever, editar, melhorar e enviar para as Igrejas localizadas nas regiões da Ásia Menor, o seu mais assombroso e espetacular  Livro jamais escrito, o Apocalipse.
Porém, como estamos aqui refutando as peripécias do Preterismo, é necessário dizer que todo o artigo é um confronto comandado pelo testemunho da história e das Escrituras contra as afirmações feitas por esta facção  com relação a datação do Livro.
A doutrina preterista ensina que  João foi enviado para a ilha de Patmos na década de 60 dC, onde recebeu e fez um registro de todas as visões do Apocalipse, que dizem ser um tratado profético concernente a invasão romana sobre Jerusalém/Israel em 70 dC. No entanto, como veremos, essa teoria complica extremamente a alegação do preterismo, que localiza o Apóstolo em Patmos  no governo de Nero, enquanto o testemunho da história garante que  ele foi exilado pelo imperador  Domiciano, que reinou de 81 a 96 dC.
Irineu atesta no quinto livro de sua obra Contra as Heresias que, “… a revelação [o Apocalipse]… foi vista há não muito tempo, mas quase em nossa própria geração, no final do reinado de Domiciano”. Se Domiciano foi condenado à morte em AD 96, consequentemente, e de acordo com Irineu, podemos concluir que o Apocalipse foi entregue a João em algum ponto dentro do mesmo ano, ou pouco antes. Obviamente, questionamentos devem surgir com respeito ao curto espaço de tempo dado a ele para reunir estas revelações e registrar em livro enviando o original para cada congregação da Ásia menor antes de deixar o exílio.
Clemente de Alexandria (155-215 AD) diz que João voltou da ilha de Patmos “depois que o tirano estava morto” (Quem é o homem rico?), e Eusébio, conhecido como o “Pai da História da Igreja”, identifica o “tirano”, como Domiciano (História Eclesiástica III 23).
Assim, como visto, a história testifica que João recebeu o Apocalipse pouco antes de ser liberto do seu cativeiro. Portanto, podemos inferir que ele esteve bem atarefado em Patmos diante de tão grande responsabilidade, pois, exilado em condições precárias, ainda assim conseguiu registrar tudo que viu em um livro enviando o original para fora da Ilha num tempo relativamente curto.
O Formato de um Livro
Não sei se o leitor sabe qual foi o motivo que levou João a Patmos; a tradição afirma que estando irritado por ter lançado o Apóstolo num caldeirão de óleo fervente e este não ter morrido, Domiciano o enviou para o exílio no intuito de silenciá-lo quanto ao testemunho do Senhor Jesus. Mas, ao que parece, João ainda assim continuava testificando de Cristo, pois  mesmo estando preso ele registrava as revelações recebidas.
Como solucionar esta aparente contradição?
Primeiramente devemos dar atenção à  introdução do Livro; atente o leitor para aquilo que começa a tomar o formato de um tratado profético quando observamos os detalhes no contexto que vem a seguir. A passagem nos deixa pistas de que João já havia recebido as revelações nesse momento, e, ao que tudo indica, ele não estava escrevendo do cativeiro em Patmos. Veja o que ele diz em Apocalipse 1:1, 2, que mais parece uma introdução de um livro que começa a tomar forma.
REVELAÇÃO de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo. O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto”.
Veja como o versículo apresenta os verbos, o que deixa subentendido que as visões já haviam sido transmitidas. Atente para a frase, “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu”, e que ele enviou a João. Ou seja, nesse instante, que sem dúvida é o momento da preparação do Livro, João já havia recebido as visões, pois o verso acrescenta que Jesus notificou a João e que João testificou acrescentando que ele também viu, o que podemos concluir como “já visto” quando atentamos para o detalhe em “tudo o que tens visto”, sugerindo que as revelações já haviam sido dadas. Como sabemos disso?  Precisamos apenas encurtar o versículo deixando-o assim,
“… Jesus… as enviou e notificou a João, o qual testificou de tudo que tens visto”. Estamos no verso um e dois, mas João já diz sobre coisas que viu. Observe o tempo dos verbos mais uma vez: Jesus enviou, Jesus notificou, João testificou, ou seja: confirmou. Isso parece um registro feito para ser inserido no fim do Livro, mas não foi.  Por que João escreveu dessa forma já no capítulo um? O que parece é que ele já havia recebido as visões e revelações do Senhor nesse momento. Observe o leitor que mesmo estando no inicio dos registros já podemos ler a sentença: “testificou de tudo que viu”.
O quadro parece de um João pós-exílio, em algum outro lugar pronto para organizar a escrita de todas as coisas que recebeu. No verso três ele chama de bem aventurados os que leem e guardam as palavras desta profecia; o problema é que estamos no capítulo um onde ele nem mesmo começou a registrar as profecias, além de insinuar um livro sem ao menos ele ainda ter tomado forma.
Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”.
O que observamos em Apocalipse 1:1-3 é o típico modelo de um prólogo, ou seja, a introdução de uma obra literária. No caso aqui, é como se João  tivesse anotações diversas, mas  estava colocando-as em ordem.
Concluímos que, das duas uma: ou João se preparava para organizar as revelações que recebeu em Patmos transferindo para um livro o que teria ali no exílio anotado em pergaminhos diversos, ou ele escreveu tudo fora da Ilha sem nenhum registro prévio dependendo apenas da memória e do Senhor Jesus (João 14:26). O testemunho de um pai da Igreja pode nos ajudar nesse contexto. Vitorino, bispo de Pattau em Pannonia e que sofreu o martírio sob o imperador Diocleciano em 303 dC, escreveu em cerca de 270 AD no décimo capítulo de seu “comentário sobre o Apocalipse do bem-aventurado João”,
“… Quando João recebeu essas coisas ele estava na ilha de Patmos, condenado ao trabalho nas minas por César Domiciano. Lá, portanto, ele viu o Apocalipse, e quando envelheceu ele pensou que deveria finalmente receber sua quitação pelo sofrimento.  Domiciano foi morto e todos os seus juízos estavam descarregados. João foi demitido das minas, assim, posteriormente, entregou o mesmo Apocalipse que ele havia recebido de Deus”.
Brilhante o texto de  Vitorino, pois além de confirmar que João foi exilado no governo de Domiciano, ele também testifica que o Apóstolo entregou o Apocalipse depois de ser liberto do cativeiro.
Veja o detalhe no fim do seu comentário,
 “… João foi demitido das minas, assim, posteriormente, entregou o mesmo Apocalipse que ele havia recebido de Deus”.
Nesta altura dos relatos acredito que já pairam algumas dúvidas na mente dos leitores quanto a João ter entregado o Livro de Apocalipse para as Igrejas da Ásia enquanto estava no exílio.
Em Patmos ele foi informado de que deveria ainda profetizar a muitos povos, e nações, e línguas, e reis. “E disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis” (Apocalipse 10: 11). Lembre-se que no verso anterior João mesmo escreve sobre os registros inseridos neste Livro, o que chama de profecia. E isto está de acordo com o padrão revelado pelo Senhor, que aquilo que muitos homens de Deus escreveram foi profecias transformadas em Escrituras, como atesta Pedro, “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo“, 2 Pe 1:21, o que João confirma mais uma vez em Apocalipse 22:18 quando fala sobre “… as Palavras da profecia deste Livro…”.
Portanto, o que se cumpre – com ênfase no contexto principal que é a importância extrema no envio da mensagem do Apocalipse – é exatamente o que foi dito no capítulo 10:11 do Livro, de que o Apóstolo profetizaria “… OUTRA VEZ para muitos povos, e nações, e línguas e reis”. Assim, as visões que foram mostradas a João no exílio no final do reinado de Domiciano e perto da sua libertação tomaram o formato de Livro Profético ( o qual foi entregue às Igrejas da Ásia Menor, como também aos cristãos de todos os tempos), somente depois que ele foi liberto do seu cativeiro.
Onde João estava?
Atente para a redação deste versículo, o qual nos deixa forte indício de que João, enquanto escrevia estas palavras, não mais estava no exílio,
Apocalipse 1:9  Eu, João, irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no Reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
A NTLH acaba de vez com toda esperança preterista,
Apocalipse 1:9  Eu sou João, irmão de vocês; e, unido com Jesus, tomo parte com vocês no Reino e também em aguentar o sofrimento com paciência. Eu estava na ilha de Patmos, para onde havia sido levado por ter anunciado a mensagem de Deus e a verdade que Jesus revelou.
É necessário observar um detalhe no texto, aquilo que parece ser a típica introdução de um prisioneiro que se prepara para escrever suas memórias depois de ter sido liberto do seu cativeiro,
“… Eu estava na ilha de Patmos, para onde havia sido levado”.
João e Domiciano
Sendo João aprisionado no governo de Domiciano, um rei romano cruel ao extremo podemos imaginar quantas dificuldades o cercavam no exílio. Sabemos com certeza que ele não teve as facilidades para a escrita como temos hoje. Além disso, sendo o local propriedade de Roma, era também uma mina de trabalhos forçados, o que nos leva a concluir sem sombra de duvidas que o Apóstolo não  estava ali de férias.
Quero transcrever aqui uma contribuição enviada a mim pelo Apologista e amigo Lucas Banzoli que encaixa perfeitamente neste contexto:
“… a ilha de Patmos era uma prisão sem muros, onde os prisioneiros eram obrigados a trabalhar nas minas de carvão. Era uma ilha isolada do continente e se localizava no mar Egeu. Por ser separada do continente seria IMPOSSÍVEL a João “pegar um barco” e enviar suas inúmeras cópias do Apocalipse para as mais diversas regiões do Império Romano, inclusive às sete igrejas da Ásia mencionadas nos capítulos 2 e 3, estando preso e submetido a trabalhos forçados em uma ilha completamente isolada do continente“. Citado em HERESIAS CATÓLICAS – “Revelação bombástica contra o preterismo
Diante desse quadro devemos nos perguntar: como João conseguiu enviar para as Igrejas locais da Ásia – sem impedimento algum – um livro profético inteiro, recheado de denuncias contra Roma alertando os cristãos que seriam perseguidos pelo mesmo império que ali o aprisionou?
O historiador da igreja Eusébio Pamphilio, que nasceu em cerca de 260 e morreu antes de 341, e foi Bispo de Cesaréia na Palestina, no capítulo 18, Livro 3 de sua História da Igreja, Atesta:
“… o apóstolo e evangelista João, que ainda estava vivo, foi condenado a morar na ilha de Patmos, em consequência de seu testemunho à palavra divina…”.  Eusébio esclarece que João foi exilado em função do seu testemunho por Cristo, o que não nos permite acreditar que ele, enquanto cativo, tenha concluído e enviado para fora do exílio seu mais importante testemunho, o Livro de Apocalipse.
Atente para estes escritos, e entenda o amigo leitor como estava o clima no governo de Domiciano; “… Domiciano foi particularmente cruel e ostensivo imperador romano, que reinou de AD 81-96. Ele regularmente prendia, encarcerava e executava seus inimigos, até mesmo os nobres e senadores romanos, confiscando suas propriedades para seu próprio uso. De acordo com a Enciclopédia Britânica, “Os anos 93-96 foram considerados como um período de terror até então insuperável“.
A Enciclopédia também nos informa que “Uma fonte de escândalo foi sua insistência em ser chamado de dominus et deus (“ senhor e deus”). Talvez isso despertou em Domiciano um ódio de cristãos fiéis, que teriam se recusado a ele essa demanda. No terceiro livro, o capítulo 17 de sua História Eclesiástica, Eusébio escreve,
Domiciano, tendo mostrado grande crueldade para com muitos, colocou injustamente à morte não pequeno número de homens bem-nascidos e notáveis ​​em Roma, e, sem causa exilou e confiscou a propriedade de um grande número de outros homens ilustres, finalmente tornou-se o sucessor de Nero em seu ódio e inimizade para com Deus. Ele era na verdade o segundo que suscitou uma perseguição contra nós, embora seu pai Vespasiano tivesse empreendido nada prejudicial para nós”.
Domiciano era tão odiado por seus excessos que a própria esposa participou da conspiração para assassiná-lo. Após a sua morte, seu sucessor, Nerva, inverteu muitos dos julgamentos cruéis de Domiciano, e João foi posteriormente liberado. O reinado de Domiciano terminou em 96 dC, e isso tem proporcionado os meios tradicionais para datar a redação do livro do Apocalipse”. (1).
Há um detalhe importantíssimo citado neste texto acima que deve ser destacado. A Enciclopédia Britânica esclarece que “Os anos 93-96 foram considerados como um período de terror até então insuperável“.
Como testificou Irineu, João teve as visões do Apocalipse no fim do governo de Domiciano. Considerando que o imperador foi assassinado em 18 de setembro de 96 dC, podemos concluir que João pode ter recebido as revelações no final do ano de 95, ou mesmo no inicio do ano de 96 dC, exatamente no tempo do “período de terror até então insuperável”. Portanto, fica difícil crer que ele, diante de circunstâncias extremamente desfavoráveis, conseguiu ainda enviar as mensagens para fora da ilha encorajando os cristãos a ficarem firmes diante das perseguições que seriam movidas contra eles pelo mesmo governo que o aprisionou em Patmos.
As evidências que favorecem uma data tardia para a redação do Livro de Apocalipse  ainda prevalecem, pois  como  vimos,  a alegação preterista de que João foi exilado  na década de 60 dC  inevitavelmente desmorona, não tendo nenhum  fundamento  bíblico e muito menos histórico.
Por Deus e seu Reino
1) Citado em, When was the Revelation of Jesus Christ written?

 

 

 

 

A Tribulação não ocorreu em 70 dC

    
De acordo com o preterismo, não haverá arrebatamento, não haverá tribulação, não haverá Anticristo, ou uma marca da besta. Por quê? Porque eles garantem que tudo isso já aconteceu em 70 dC.
Os preteristas fazem pleno uso da ginástica hermenêutica com voltas duplas para evitar a realidade: “que Israel voltou para sua terra e, diante dos próprios inimigos da Bíblia, está pronto para cumprir as profecias que foram anunciadas pelos profetas, as quais se realizam nos últimos dias”. Com a negação obstinada e insistente destes fatos, o preterismo ainda continua a deter um modelo ultrapassado profético.
Mais de 300 profecias do Velho Testamento, Jesus cumpriu literalmente, 30 delas no dia em que morreu. Portanto, temos a interpretação na Bíblia como a profecia é cumprida. Mudar isso é ignorar a palavra do jeito que foi escrita.
Olhe agora para as profecias da tribulação, se elas foram cumpridas na forma como a Bíblia explica. Muitas vezes não é o peso das longas explicações que justificam a posição como válida. Devemos considerar o que está faltando de tão importante para a equação. A profecia bíblica é específica e só pode ser cumprida quando todos os elementos estão presentes dentro do contexto e tomaram lugar  quase sempre do jeito que está escrito. Se não, então não podemos afirmar que tenha ocorrido.
Vamos começar com a base para este ponto de vista da profecia. Em Apocalipse  1:9 está escrito: “Eu, João,  seu irmão e companheiro  na tribulação…”.
Os preteristas assumem a posição de que João escreveu o Apocalipse antes de 70 dC, que alegam ser a tribulação. Se João menciona a tribulação, significa que a grande tribulação ocorreria imediatamente antes da destruição de Jerusalém. De acordo com o Preterismo João está dizendo que ele é seu companheiro [de Jerusalém] na grande tribulação que estava por vir sobre eles.
Jesus muitas vezes usou a palavra tribulação, e cada vez que Ele descreveu a Tribulação ela tinha uma qualificação. Jesus acrescenta à palavra tribulação uma outra palavra: grande (grego-megas), para significar superior ou grande, que intensifica o significado. Em seu contexto, toda a terra e seu ambiente serão atingidos e tornará uma panela de pressão. Será a última tribulação desse tipo, e irá terminar somente por Sua vinda a Terra.
Verso chave
Apo. 3:10 “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que virá sobre todo o mundo, para tentar os que habitam sobre a terra.”
Obviamente o mundo inteiro será envolvido neste julgamento, não é apenas isolado para Israel. Esta seria a Grande Tribulação mencionada por Jesus,
Matt 24:21: “Porque então haverá grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até este momento, nem haverá jamais.”
Atente para o detalhe quando o verso afirma que igual a essa tribulação “não haverá jamais” outra. Segundo os preteristas, na “grande tribulação” que veio sobre Jerusalém em 70 dC, um milhão de judeus foram mortos e outras desgraças ocorreram. No entanto, em outra tribulação, envolvendo os mesmos israelitas – o Holocausto de Hitler – morreram, entre judeus e não judeus, aproximadamente 40 milhões de pessoas.
Alguns preteristas tentando dramatizar o sofrimento dos judeus em 70 dC, e querendo dar ênfase à tão terrível tribulação com a intenção de rotular como catástrofe exagerada para que se entenda que igual aquela jamais haverá outra, lembram que na fome que se alastrou dentro da cidade matavam-se os próprios familiares para servir de alimento. O problema é que na tribulação do holocausto, judeus foram transformados em carteiras – os alemães usavam pele humana (dos judeus) para várias outras utilidades. Por outro lado a segunda guerra mundial pode ser citada como a pior tribulação de todos os tempos até o presente momento. Logo, a tribulação a qual Jesus faz referência no verso acima, ainda não ocorreu.
Temos de olhar para a palavra e a DESCRIÇÃO Bíblica desta grande tribulação e entender a diferença entre tribulação, que vem a todos os santos, e a tribulação que será o julgamento da ira de Deus sobre TODO O MUNDO. É isso mesmo, Jesus fala que essa tribulação “virá sobre todo o mundo” (Apo. 3:10) e não apenas sobre Jerusalém.
Agora vamos ler novamente Apocalipse 1:9: “Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na tribulação, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo.”
Tribulação – Grego – thlipsei: pressão (literal ou figurativamente):
Aflitos (- ção), angústia, sobrecarregados na perseguição.
João não fez referência ao que Jesus diz em Mat 24:21, 22: “… Porque então haverá grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até este momento, nem haverá jamais. E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria, mas por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados“.
Só o Senhor Jesus pode parar essa tribulação na ocasião do seu retorno, quando finalmente irá destruir os exércitos do mundo que se reunirão contra ele. Isso não aconteceu como previsto. O Senhor Jesus não voltou durante a batalha do Armagedom, porque essa batalha não ocorreu da forma como foi escrito.
Promessa de redenção para Israel na Tribulação
Jeremias 30:7-11
Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela. Porque será naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei os teus grilhões; e nunca mais se servirão dele os estrangeiros. Mas servirão ao Senhor, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei. Não temas, pois, tu, ó meu servo Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei de terras de longe, e à tua descendência da terra do seu cativeiro; e Jacó voltará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize. Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te salvar; porquanto darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida, e de todo não te terei por inocente.”
A promessa para a Babilônia de Apocalipse é destruição sem chances de recuperação, o que não pode ser uma palavra para Jerusalém que no fim dos tempos descansará em paz…
Observem algumas frases: “nunca mais se servirão dele os estrangeiros”, “te livrarei de terras de longe”, “e Jacó voltará, e descansará”, “darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei e ficará em sossego”.
As nações serão punidas, o que ainda não ocorreu,
Zacarias 14:2 “… eu ajuntarei todas as nações para a batalha contra Jerusalém“. Esse encontro de “todas as nações da terra” (Zacarias 12:3) contra Jerusalém nunca ocorreu.
O que não aconteceu em 70 dC prova que o Preterismo é falso!
A Grande Apostasia aconteceu em 70 dC!
De acordo com Preterismo não há apostasia aumentando à medida que avança a história, em vez disso, devemos aguardar a cristianização do mundo. A Grande Apostasia teria acontecido no primeiro século, enquanto os apóstolos ainda estavam vivos construindo a igreja, e terminou completamente em 70 AD, enquanto João continuou a viver.
1 Tm. 4:1: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé.” Estes são os últimos dias mencionados em Miquéias 4:1 “MAS nos últimos dias acontecerá que o monte da casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes, e se elevará sobre os outeiros, e a ele afluirão os povos“. A diferença é que 1 Timóteo 4 precede Miquéias 4.
Os preteristas logo que veem a palavra últimos dias e últimos tempos afirmam ser os últimos dias de Jerusalém – ainda mais quando estas palavras aparecem seguidas de outras,  como: destruição, cólera, ira, julgamento, apostasia  e semelhantes. Porém, o problema é que quanto mais tentam argumentar, mais se atrapalham. Por que? Porque é inaceitável manter a tese de que uma apostasia foi concluída antes de 70 dC, quando a igreja tinha apenas começado a aumentar e se espalhar para outras regiões, além de Israel. Também não vemos a casa do Senhor estabelecida no Israel de 70  dC, para onde “afluirão todos os povos” como diz a passagem paralela de Miquéias. 
Na Tribulação há 144.000 Judeus ungidos para o Ministério.
Os 144.000 evangelistas judeus vêm de todas as tribos, o que nunca aconteceu da forma como é descrito antes de 70 dC, nem o resultado de sua pregação: Apoc 7:9 “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.”
E os versos 13 e 14 concluem: “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”
Repare que eles são salvos de todas as nações, (não apenas da província romana), era “uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas.
Tratado de paz
Um acordo é feito com Israel, um tratado de paz que começa antes da tribulação. Claro que os preteristas têm que mudar esta escritura óbvia e achar um significado alternativo para adicionar outro tijolo no muro e construir seu argumento. Alguns dizem que Daniel 9 refere-se a aliança de Jesus, que é uma interpretação terrível.
Dan. 9:27 “Então, ele deve confirmar uma aliança com muitos por uma semana, mas no meio da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta.” A palavra para aliança é beriyth, que é a mesma palavra hebraica para aliança em outros lugares. A palavra ‘fim’, ou desistir é shabat, que todos nós podemos reconhecer como a palavra para repouso ou desistir, parar de trabalhar.
Por que todas as nações parceiras querem levar Israel a assinar um tratado de paz hoje? Rumores de paz estão constantemente ocorrendo, mas isso tudo não significa nada para um preterista…
O mundo inteiro está querendo ver esse tratado de paz feito  que a  Bíblia menciona em  1 Tess. 5:2-3 “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.”
Há um problema seríssimo com a interpretação preterista desta passagem, a qual, segundo eles, deve ser entendida dessa forma,
“Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando [os habitantes de Jerusalém] disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.
O exército romano veio como um ladrão na noite? Houve paz e segurança nos anos que antecederam a destruição de Jerusalém? Óbvio que não, pois Jerusalém estava debaixo do domínio opressor romano desde antes do nascimento do Senhor. Por outro lado jamais foi feito algum acordo de paz entre Israel ou quem quer que seja.
O mundo verá esta aliança como os meios para pôr fim à guerra e ter segurança no Oriente Médio, mas em vez disso, essa aliança vai trazer o pior pesadelo para o mundo.
O Homem do Pecado
2 Tessalonicenses 2:3-4, diz: “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim [a grande tribulação e o dia do Senhor] sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.
Os preteristas reivindicam que Nero foi o anticristo, mas dificilmente ele seria o homem adequado que a Bíblia descreve. Nero jamais esteve em Jerusalém, e mesmo que possa ser um tipo daquele que “vem”, ele não cumpriu os detalhes da profecia bíblica. E além disso tudo, ele não assinou nenhum pacto com Israel imediatamente antes da Tribulação. As pessoas não fugiram de Jerusalém por causa de Nero indo para o templo declarando-se Deus – ele não entrou no templo depois de três anos e meio do acordo ter sido assinado (Dan. 9: 27). Novamente, se a profecia não está concluída da forma como foi escrito, então não foi cumprida, ainda não ocorreu!
Para um preterista, qualquer professor apóstata ou o seu sistema religioso pode ser chamado de “anticristo”; eles afirmam que o termo não descreve nenhum ditador individual. Como não?
João diz que o espírito do anticristo já estava em ação (1 João. 2: 21; 4:1-4) e havia muitos anticristos que vieram (1 João 2:15-18), mesmo em seu dia. Porém, há um (singular), o homem do pecado. O Anticristo é um homem  que vai estar em um templo literal – essa é a conclusão de muitos estudiosos – reconstruído em Israel, declarando-se Deus, e vai causar uma abominação desoladora. Ninguém em 70 dC, no Templo de Herodes, exigiu algo semelhante ou se exaltou como sendo  Deus.
A Teologia Escatológica Convencional ensina que a abominação da desolação é o anticristo assumir o culto do templo judeu por se sentar no lugar Santo, declarando-se Deus – concordo em parte com essa interpretação, mas mesmo assim estou usando a tese convencional como base para este artigo. A Bíblia também diz que o  Anticristo vem acompanhado por sinais, prodígios e milagres,
A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira“, 2 Tess. 2: 9
E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra [de Jerusalém] que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia“, Apoc. 13: 14
Onde estão os registros desses fatos antes de 70 dC? Quando foi que Jerusalém fez uma imagem de alguém que foi mortalmente ferido a espada? Quando foi que Nero, ou quem quer que tenha sido o anticristo dos preteristas, fez sinais e prodígios para enganar, para convencer as pessoas a segui-lo, mesmo os eleitos?
Por um lado para reivindicar que Nero foi o homem do pecado, os preteristas são obrigados a confessar que Jesus já voltou, pois é o Senhor que destrói o homem do pecado pelo esplendor da sua vinda. O problema é que Nero cometeu suicídio dois anos antes de Jerusalém ser destruída…
Se seguirmos a interpretação preterista, devemos concluir que o Anticristo Nero foi destruído pelo Senhor em sua Vinda, e ao mesmo tempo em que Jesus o destrói, Ele destrói também seu exército juntamente com ele. Essa é a descrição bíblica da destruição do Anticristo, basta ler Apocalipse 19, um capítulo após a destruição de Babilônia. É isso mesmo, Jesus destrói “Nero e seu exército” depois da queda de Jerusalém ( Apoc 19:1, atente para as palavras “Depois destas coisas…”). Ops! Qual preterista esperava por essa? A coisa ficou feia agora, pois Nero já estava morto antes de Jerusalém ser atacada!
Mas, o que estou lendo aqui?  Apocalipse 19 afirma que Jesus destrói o Anticristo e todo o seu exército, um banho de sangue diferente de qualquer outro:
E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais [os reis da terra e seus exércitos] foram mortos…””. Apoc 19:19,20,21
Isso vai ocorrer imediatamente após a Segunda Vinda de Jesus, o que não pode ser um cumprimento da Escritura em 70 dC, pois Jesus não voltou naquela ocasião, e muito menos  acabou com o Anticristo e seu exército: “E então o iníquo será revelado, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá com o resplendor da Sua vinda… “, 2 Tessalonicenses 2:8-9.
Quando Jesus vier, ele destrói os exércitos do mundo e o homem de Satanás é a primeira vítima. Quando isso aconteceu em 70 dC? Em 70 dC Tito e seu exército foram os vitoriosos.
Queria muito saber onde  os preteristas podem encaixar em 70 dC os acontecimentos de Apocalipse descritos acima,  se o exército romano e seu suposto Anticristo foram os vencedores. Atentem para os detalhes,
“… E a besta foi presa, e com ela o falso profeta… Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais [os reis da terra e seus exércitos] foram mortos…”.
É isso que chamo de contradição das contradições!

 

 

 

 

 

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