terça-feira, 20 de outubro de 2015

Descobertas Arqueológicas
Tumba com Pirâmide Tumba com


TÚMULO DE HAREMHABNa necrópole de Abido foi descoberta, em meados de 2013, uma tumba da qual fazia parte uma pequena estrutura piramidal com cerca de sete metros de altura. Dentro de uma das câmaras funerárias abobadadas foi achado um sarcófago de arenito produzido com perfeição, pintado de vermelho, criado para um escriba chamado Haremhab. O sarcófago apresenta imagens de vários deuses egípcios e inscrições hieroglíficas com trechos do Livro dos Mortos. Não havia múmia no sarcófago e a tumba foi saqueada pelo menos duas vezes na antiguidade. Sobraram restos de esqueletos desarticulados de três ou quatro homens, 10 ou 12 mulheres e de pelo menos duas crianças.A tumba foi feita com capricho usando-se tijolos de lama. Tijolos mais finos e curvos foram usados para fazer os tetos abobadados. O túmulo deve ter custado muito caro e os arqueólogos acreditam que um ou mais dos defuntos teria servido no exército, já que não era incomum naquela época que tumbas de indivíduos da elite incorporassem pequenas pirâmides. As câmaras, em número de três, originalmente eram subterrâneas e apenas ficava visível a pirâmide de faces íngremes. Talvez também pudesse ser vista uma pequena parede ao redor de toda a estrutura. É bem provável que a pirâmide em si tivesse uma pequena capela mortuária em seu interior, a qual conteria uma estátua ou uma estela com os nomes e títulos das pessoas ali enterradas. Outra câmara funerária, embora não contivesse um sarcófago, tinha estatuetas funerárias. Nelas está escrito que eram para o inspetor do estábulo, Ramesu. Esse parece ser um título militar e é possível que Ramesu, também soletrado Ramesses, fosse pai ou irmão mais velho de Haremhab. Eles eram homônimos de dois líderes militares seus comtenporâneos que viriam a seAMULETO CORAÇÃO tornar faraós: Haremhab em 1319 a.C. e Ramsés I em 1307 a.C. Talvez estes nomes fossem comuns naquela época. O fato de existirem mais ossos femininos do que masculinos no túmulo pode indicar que ambos eram polígamos, embora não se tenha certeza de que tal costume fosse praticado entre pessoas que não pertenciam à realeza. Outra possibilidade é que a tumba tenha sido usada por múltiplas gerações pela mesma família e assim conteria os restos de filhas, mães e outros parentes femininos. Ainda se pode supor que a tumba tenha sido reutilizada, sem permissão, em data posterior. Um dos artefatos mais interessantes que os arqueólogoss encontraram foi um amuleto no formato de coração com 6 cm de altura. Feito de jaspe vermelho e verde, estava quebrado em três pedaços. Trata-se de um tipo raro de amuleto e este em particular foi muito bem esculpido apesar da dureza das pedras que foram utilizadas. Provavelmente ficava junto ao tórax de um dos corpos e tem relação com a passagem do Livro dos Mortos referente à pesagem do coração. Na foto do topo da página vê-se, à esquerda, o poço retangular de entrada com paredes grossas que teriam servido de base para a pequena pirâmide e foi só isso o que sobrou dela. Na foto à direita vemos o amuleto na forma de coração.
Descobertas Arqueológicas
Muros da Esfinge Muros da Esfinge  
MUROS AO REDOR DA ESFINGERodeando a Esfinge de Gizé foram descobertos novos muros feitos com adobe enterrados a apenas um metro de profundidade. O achado, feito em outubro de 2010, compreende dois trechos: um deles corre na direção norte-sul e tem 86 metros de comprimento; o outro corre na direção leste-oeste e tem 46 metros. Destinavam-se a proteger o monumento das areias do deserto. As paredes fazem parte de um muro maior encontrado anteriormente ao norte da Esfinge. Teria sido construído por Tutmósis IV (c. 1401 a 1391 a.C.) em resposta a um sonho que tivera. Até agora, os egiptólogos acreditavam que a parede só fora construída no lado norte da Esfinge. O novo achado desmente tal teoria. Também foi encontrado um terceiro muro a leste do templo do vale de Kéfren. Ele pode ter feito parte da aldeia que cresceu ao redor da pirêmide do rei após sua morte, na qual viviam os sacerdotes e funcionários responsáveis pelo culto mortuário do faraó.


Procurando Cleópatra
CABEÇA DE CLEÓPATRAEm abril de 2009 egiptólogos se envolveram numa pesquisa que poderia levar à descoberta dos túmulos de Cleópatra e de Marco Antonio. Relatos de cronistas romanos sugerem que os dois foram enterrados juntos. O local fica junto ao Mar Mediterrâneo, especificamente no sítio arqueológico do templo conhecido como Taposiris Magna. O templo fica situado no lago Mariut, que é chamado hoje de Abusir, a 27 km da cidade costeira de Alexandria, e foi construído durante o reinado de Ptolomeu II (285 a 246 a.C.). Escavadores acharam vários poços profundos dentro do templo, três dos quais foram possivelmente usados para sepultamentos. Nesse localCABEÇA DE MARCO ANTONIO em 2008 já fora descoberta uma estátua de bronze da deusa Afrodite, a cabeça de alabastro de uma estátua da rainha Cleópatra (foto à esquerda), uma máscara que se acredita representar a face de Marco Antonio (foto à direita), uma estátua acéfala do Período Ptolemaico (304 a 30 a.C.) e 22 moedas com a efígie de Cleópatra. Alguns egiptólogos, como John Baines por exemplo, professor de egiptologia na Universidade de Oxford, duvida que Marco Antonio tenha sido enterrado ao lado de Cleópatra. Ele acha improvável que o romano tivesse uma tumba que qualquer um poderia encontrar, pois na ocasião em que morreu ele era o inimigo.

O Pai de Tutankhamon 
ROSTO DE AKHENATONROSTO DE TUTANKHAMONEm meados de 2008 foi descoberto em el-Ashmunein, uma aldeia na margem ocidental do Nilo cerca de 240 quilômetros ao sul do Cairo, o pedaço que faltava de um bloco de pedra calcária da época amarniana. Quando as duas pertes foram reunidas, a inscrição provou que Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.) era realmente filho de Akhenaton (c. 1353 a 1335 a.C.) como já suspeitavam os egiptólogos. O bloco mostra o jovem faraó e sua esposa Ankhesenamon, sentados lado a lado. O texto refere-se a Tutankhamon como o filho do rei do seu corpo e à sua esposa, Ankhesenamon, como a filha do rei do seu corpo. Os arqueólogos sabem que o único rei ao qual o texto poderia se referir como pai de ambas as crianças é o próprio Akhenaton, pois outras fontes comprovam que ela era filha de Akhenaton e Nefertiti. E agora, por causa desse bloco, podem dizer que Tutankhamon também era filho de Akhenaton. Dúvidas ainda permanecem sobre quem seria a mãe de Tutankhamon. Os estudiosos debatem se ele é o filho de Kiya, uma esposa secundária de Akhenaton, ou da rainha Nefertiti, esposa principal desse faraó. Acima, à esquerda, o rosto de Akhenaton e, à direita, o de Tutankhamon, agora considerados pai e filho.

O Assassinato de Tutankhamon — Parte 3 
MÚMIA DE TUTANKHAMONMÚMIA DE TUTANKHAMONEvidências circunstanciais levaram os egiptólogos a acreditar que Tutankhamon faleceu em consequência de uma queda que sofreu de uma de suas carruagens. Provavelmente em uma caçada no deserto o faraó foi derrubado de uma carruagem que corria em alta velocidade. Tomografias computadorizadas realizadas em 2006 haviam revelado que, pouco antes de falecer, o rapaz sofrera fratura acima do joelho esquerdo. Isso provavelmente causou uma infecção sanguínea mortal. Em 2007, análise de pelo menos duas das carruagens encontradas nas tumbas do faraó indicaram que elas não eram meramente cerimoniais e que apresentam sinais de desgaste. Há algo de gorduroso nas rodas, algo que torna fácil para a roda girar em seu eixo e esse movimento deixou profundas marcas na madeira.Estes veículos eram destinados para caçadas, não para a guerra. Pode-se ver por seu desgaste que eram realmente utilizadas pelo faraó. Centenas de pontas de flechas encontradas na tumba também mostram evidências de terem sido arremessadas e recuperadas. Um conjunto de roupas achadas no túmulo sugere que ele mesmo estava acostumado a dirigir estas carruagens. Elas incluem um colete especialmente adaptado que protegeria os órgãos abdominais do usuário de qualquer dano em um acidente, ou dos violentos trancos de uma corrida em alta velocidade nesse tipo de veículo. Uma peça final de evidência é uma guirlanda de flores colocada ao redor do pescoço da múmia de Tutankhamon. Entre as flores aparecem a escovinha e a macela fétida, as quais estavam frescas na ocasião em que a decoração foi feita. Estas flores só podem ter sido colhidas entre meados de março e fins de abril, quando florescem. Como o processo complexo de mumificação durava 70 dias, isso provavelmente significa que Tutankhamon morreu em dezembro ou janeiro. Essa cronometragem coincide com meados da estação de caça do inverno. Em outras palavras, o rei menino teria morrido em consequência de um acidente ocorrido durante uma caçada no inverno e enterrado na primavera seguinte.Arqueólogos estão concluindo que o faraó era um jovem que assumia alguns riscos em seus esportes, contradizendo a imagem de um menino doentio e super protegido que se tinha até agora. Essa imagem está mudando para a de um adolescente robusto e ativo que, provavelmente, era um desportista bem-treinado. Estão surgindo evidências de que o jovem era não apenas um bom arqueiro, mas também um bom cocheiro. Muitos artefatos representam Tutankhamon no ato de caçar. Afinal, ele veio da família dos Tutmósis, os quais ficaram conhecidos como homens militares e também caçadores. O faraó teria usado frequentemente uma carruagem, pois era comum para os soberanos do seu tempo se apresentarem como guerreiros poderosos e aproveitarem todas as oportunidades para realçarem a coragem física de que eram dotados. É provável, portanto, que ele tenha usado uma carruagem em exibições rituais de manejo do arco e flecha, em caçadas, e até mesmo em campanhas militares. Estima-se que as carruagens de sua época podiam alcançar velocidades consideráveis de até 40 km por hora e se uma delas tombasse nessa velocidade, seria fácil quebrar uma perna gravemente
Descobertas Arqueológicas
Nova Tumba no Vale dos Reis  
INTERIOR DA TUMBANo início de fevereiro de 2006 foi encontrado o que parecia ser uma nova tumba no famoso Vale dos Reis, fato que não ocorria desde a descoberta do túmulo de Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.) em 1922. Em seu interior havia sete ataúdes de madeira, identificados como sendo da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.). Quatro haviam sido muito comidos por cupins, mas três pareciam estar em boas condições. Todos estavam cobertos por uma resina preta. Em quatro deles haviam sido esculpidas máscaras funerárias com os rostos pintados na cor amarela e um apresenta sobrancelhas e olhos de vidro. Os caixões estavam cercados por, aproximadamente, 28 jarros de alabastro, alguns quebrados e outros ainda lacrados, com cerca de 90 centímetros de altura e pesando entre 45 e 68 quilos cada um, em um recinto de uma só câmara de cerca de 4x5 metros, sem qualquer decoração nas paredes.A partir do solo, um poço com 10 metros de profundidade, distanciado apenas cinco metros doFACE DO ATAÚDE famoso túmulo de Tutankhamon, leva a uma estreita passagem que desce mais cinco metros até atingir uma porta feita de blocos de pedra. Na descoberta, um dos caixões estava tombado diante da porta, mostrando um rosto esculpido. A máscara funerária exibe as feições pintadas de uma mulher, com longos cabelos pretos, sobrancelhas finas e olhos pintados com kohl. Restos de ouro de um grosso colar ou peitoral estão visíveis, mas a metade inferior do ataúde está lascado e apodrecendo pelo efeito dos cupins. Outro ataúde estava parcialmente aberto, mostrando um pano marrom que cobria o conteúdo do seu interior. Esse achado mostrou que era falsa a convicção, há muito sustentada, de que não havia mais nada a ser desenterrado no Vale dos Reis, a região desértica perto de Luxor (500 km ao sul do Cairo) usada como cemitério para faraós, rainhas, e nobres durante o período do Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.). Até então haviam sido localizados 62 túmulos e agora os arqueólogos acreditam que novas tumbas poderão ser encontradas nos próximos dez anos.
ATAÚDE MINIATURAUm mês após a descoberta verificou-se que não se tratava propriamente de um túmulo, mas sim de uma área usada pelos sacerdotes que mumificavam os mortos. Cinco caixões continham sobras de cerâmica, mortalhas e materiais destinados àquele trabalho. Entre os jarros lacrados, 18 também guardavam materiais empregados no processo de embalsamamento e havia vários selos decorativos utilizados para marcá-los. Um jarro continha resíduo de vinho semelhante ao que foi achado na tumba de Tutankhamon. Acredita-se que um selo com a inscrição Pa-Aten tenha formado parte do nome dado à esposa de Tutankhamon, Ankhesenamom. Uma guirlanda tecida com flores secas também foi achada, indicando que um funeral teria acontecido ali perto. Das mais surpreendentes foi a descoberta de que vários jarros lacrados, os quais já continham cerâmica quebrada, haviam sido despedaçados e seus pedaços colocados dentro dos ataúdes. O mistério prosseguiu com a abertura de um caixão do tamanho de uma criança que não continha múmia, mas estava repleto de travesseiros de excelente algodão. Cuidadosamente acomodado entre eles havia uma miniatura de um ataúde infantil dourado, com 60 centímetros de comprimento e vazio, do qual vemos um detalhe na foto acima, de tal qualidade que poderia ter pertencido à realeza.Em 5 de julho de 2006 foi aberto finalmente o último ataúde e nenhuma múmia foi encontrada. Nele havia vários colares de flores muito largos e delicados que, provavelmente, teriam coberto uma porção significativa da parte superior do tórax e ombros do morto. Estavam ainda muito bem conservados. Tais arranjos florais eram geralmente entrelaçados com tiras de ouro. Esta espécie de guirlanda é bem conhecida na arte egípcia, mas ainda não haviam sido descobertas peças reais. Além disso, foram achadas jóias, artefatos religiosos e mais material para embalsamamento. O que parece claro para os arqueólogos é que alguém foi obrigado a esconder rapidamente todo esse material nessa tumba batizada de KV-63. A pressa deve ter sido tanta que fragmentos de um único jarro estão distribuídos a esmo em vários ataúdes e em outros potes, demonstrando que todos estes materiais tinham que ser mantidos juntos.


Esfinge do Pai de Cleópatra
ESFINGE DO PAI DE CLEOPATRA



PTOLOMEU AULETEEm outubro de 1998 arqueólogos resgataram do fundo do mar uma esfinge de granito com a cabeça do faraó Ptolomeu XII Aulete, pai de Cleópatra. O fato ocorreu no porto de Alexandria e calcula-se que a obra de arte ficou submersa por 1.600 anos. No mesmo dia foi resgatada também uma estátua de um sacerdote de Ísis segurando uma urna. Essa última peça, com 250 quilos, provavelmente fazia parte do santuário de Ísis que existia na ilha de Anti-Rodes, onde Cleópatra tinha o seu palácio. A ilha afundou depois de uma série de terremotos. Foi ainda dessa mesma área que se resgatou anteriormente um bloco de 40 toneladas que se supõe ser um pedaço do Farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Graças ao uso de rastreadores submarinos acoplados a computadores, foi possível mapear dois hectares de ruínas submarinas da antiga Alexandria, inclusive uma construção que se acredita possa ter sido o palácio de Cleópatra.



 
Necrópole em Alexandria
NECROPOLE EM ALEXANDRIA



NECRÓPOLEEm meados de 1997 estava sendo construída uma via expressa em Alexandria quando os operários arrebentaram o teto de uma imensa necrópole que se encontrava escondida por sob o asfalto. O fato não é de todo surpreendente porque a moderna cidade de Alexandria foi construída sobre a antiga Alexandria dos Ptolomeus, cuja última representante foi Cleópatra. O arqueólogo francês Jean-Yves Empereur identificou essa necrópole como a mesma descrita pelo historiador grego Estrabão no ano 25 a.C. Nela os mortos estavam sepultados em nichos dispostos uns sobre os outros, formando paredes de até sete andares e parece que tal cemitério funcionou sem interrupção durante dez séculos.
 



Farol de Alexandria 
FAROL DE ALEXANDRIA



FAROL DE ALEXANDRIAUm farol cuja luz se encontrava a uma altura de 100 metros, a qual podia ser vista a 100 quilômetros de distância: assim era o farol de Alexandria. Considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo, a veracidade de sua existência foi posta em dúvida por alguns estudiosos. Hoje sabemos que ele realmente existiu: seus restos foram localizados a oito metros de profundidade, no fundo do Mediterrâneo, no porto egípcio de Alexandria. Tais restos formavam um conjunto de grandes blocos de pedra, com dez metros de comprimento cada um, quebrados como se tivessem despencado de grande altura e dispostos perpendicularmente à costa, quase que enfileirados. Foi em maio de 1995 que uma equipe chefiada pelo arqueólogo Jean-Yves Empereur utilizou a localização por satélite para observar esse alinhamento submarino de enormes blocos de granito, os quais pertenciam ao antigo farol. O achado foi feito na ponta da ilha de Faros, local onde fora construído e que lhe dera o nome. Descobriu-se, também, uma estátua de Ptolomeu II que ficava diante da entrada do farol.A construção do farol foi iniciada por Ptolomeu II, em 285 a.C. Era formado por três partes: uma torre quadrada como base; uma torre octogonal logo acima e, por último, uma torre redonda. No ano 365 da era cristã, uma série de terremotos derrubou-lhe a parte superior e ele foi se deteriorando ao longo do tempo até que desabou totalmente em 1302.Em 1961 foi descoberto no fundo do mar a cabeça monumental de uma estátua da deusa Ísis. Em 1992, com a ajuda de um magnetômetro, foi feita uma varredura do fundo do oceano em frente a Alexandria e o resultado foi a localização de 2 mil objetos em uma área de 2,25 hectares. Entre tais objetos encontravam-se esfinges, estátuas, obeliscos e colunas. São peças das mais variadas épocas e que muitas vezes foram reutilizadas com séculos de intervalo. Foi encontrado até um capitel em forma de papiro com uma cruz cristã gravada nele. Muitas das esculturas submersas haviam sido trazidas para a então florescente Alexandria de Heliópolis, a cidade consagrada ao deus-Sol, situada a 230 quilômetros de distância.


Tumba de faraó
da XVII dinastia
Tumba de faraó
TUMBA DE FARAO DA XVII DINASTIA



TÚMULO DE NUBKEPERREO período da XVII dinastia (c. 1640 a 1550 a.C.) foi bastante tumultuado no antigo Egito. Em meados de 2001 uma equipe conjunta de arqueólogos egípcios e alemães descobriu o túmulo de um dos últimos faraós daquela dinastia. O nome do soberano era Nubkeperre Intef (Antef VII) e essa foi a primeira tumba real descoberta daquele período. Ela está situada em frente à moderna Luxor, do outro lado do Nilo, na porção norte da necrópole tebana, na entrada para o Vale dos Reis. Aquela área recebe o nome de Dra' Abu el-Naga e sabe-se há muito tempo que foi o cemitério de reis e outras personalidades da XVII dinastia e do princípio da XVIII (c. 1550 a 1307 a.C.). O que se encontrou foi a parte inferior de uma pequena pirâmide, com cerca de 11 metros na base e altura presumida de 13 metros, feita com tijolos de barro e cercada por um muro do mesmo material. Seu revestimento em gesso branco devia brilhar ao sol. Na foto acima vemos uma representação artística do monumento. Frente a ele havia um poço funerário no qual foi encontrada a cabeça em tamanho real de uma estátua do faraó feita de arenito. Apesar de muito danificada, ela ainda apresenta traços de tinta vermelha nas faces.Nas cercanias da pirâmide foi encontrada grande quantidade de material, principalmente variados recipientes de cerâmica como, por exemplo, vasilhas polidas vermelhas, usadas no culto póstumo do faraó. Apenas desse tipo foram resgatadas mais de 250 exemplares. No mesmo local foi descoberta uma pequena capela funerária adjacente à pirâmide, mas fora de seus muros e pertencente a outra pessoa. As paredes internas da capela estavam decoradas com representações de seu proprietário, acompanhadas de seu nome e títulos. De acordo com estas inscrições, o dono de tumba, chamado Teti, era tesoureiro e chanceler do rei. Em uma das paredes permanecem restos de um grande cartucho com o nome do faraó. Acredita-se que Nubkeperre Intef tenha sido o avô de Kamósis (c. 1555 a 1550 a.C.) e de Amósis (c. 1550 a 1525 a.C.), os dois faraós que expulsaram do Egito os hicsos, invasores de origem asiática que reinaram ao norte do país ao mesmo tempo em que os reis da XVII dinastia reinavam em Tebas.A pista que levou a essa descoberta foi um antigo documento de cerca de 1110 anos antes de Cristo, conhecido como papiro Abbott. Ele menciona a tentativa frustrada de ladrões que tentaram roubar a tumba do faraó cavando, aproximadamente em 1200 a.C., um túnel a partir de outro túmulo pertencente a um funcionário chamado Shuroy. Muito posteriormente, em 1827 da nossa era, outro grupo de ladrões encontrou a tumba e removeu e vendeu o ataúde dourado que ela continha. O ataúde encontra-se hoje em Londres, no Museu Britânico, mas a localização do túmulo era desconhecida. Embora em 1924 o arqueólogo americano Herbert E. Winlock tenha descoberto a tumba de Shuroy, nunca tentou encontrar nas suas proximidades o túmulo do faraó que agora veio à luz. A descoberta atual confirma a precisão surpreendente do papiro: ele se refere a um pequeno túnel e entre a sepultura de Shuroy e o canto nordeste da pirâmide a distância é de apenas um metro e meio.


Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas Três Novas Tumbas
TRÊS NOVAS TUMBAS



SARCÓFAGOAo norte da calçada da pirâmide de Wenis (c. 2356 a 2323 a.C.), na necrópole de Saqqara, que se localiza perto das ruínas de Mênfis, a quase 30 km ao sul de Gizé, foram descobertas três tumbas intactas repletas de objetos funerários datados de vários períodos da história egípcia. Entre outubro e dezembro de 2003 os arqueólogos penetraram em duas delas. Para a primeira os pesquisadores localizaram duas entradas a uma profundidade de 5 metros e 28 centímetros. Uma delas conduzia a uma câmara contendo um sarcófago fechado de pedra calcária, uma múmia e restos de um caixão de madeira que leva o nome de uma pessoa chamada Tchainou. Junto a essa primeira câmara há várias outras menores e intactas para serem exploradas. A outra entrada conduzia a um salão com falsas-portas, dois caixões de madeira intactos, um deles com o nome de uma pessoa chamada Pennou, e 12 múmias bem preservadas. Devido à estrutura e desígnio dessa câmara, os estudiosos acreditam que a tumba date do Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.), mas tenha sido usada de novo durante o Período Tardio (c. 712 a 332 a.C.) da história egípcia. Outro sepultamento intacto do Período Tardio também foi localizado no lado ocidental dessa tumba, junto com um esquife de madeira e uma caixa pintada apresentando o nome de Iahmes, filho do faraó Psamético I (664 a 610 a.C.).A segunda tumba tem um salão central principal com cinco câmaras laterais intactas. Uma câmara com acabamento imperfeito que não pertence ao plano original da tumba, bem como uma tumba saqueada que estava cheia de areia com múmias espalhadas a esmo, também foram achadas. Dentro das câmaras laterais, dois sarcófagos de pedra eram ainda visíveis, bem como um bonito caixão de madeira pertencente a um homem chamado Imhotep, que foi achado deitado de lado. No chão estavam cinco múmias, junto com pedaços de mobília de cana e junco. Uma máscara mortuária dourada, fragmentos de colares, pedaços de papiro, fragmentos de utensílios funerários e pedaços de mortalha inscritos com capítulos do Livro dos Mortos também foram descobertos.


 

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